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26.2.16

Uma descrição do ser - No olhar de Carla Lima

NASCI AZUL

Que vontade de viver de novo, de fazer diferente, de ter outra chance.
Vontade de ser eu sempre, do começo ao fim da história.
Queria ter sido acolhida, amada, aconchegada, amada, desejada.
Queria ter acolhido, ter amado e aconchegado e amado.
Vontade de fazer parte, fazer arte, ser cor, ser alegria, ser sorriso.
Vontade de ter alguém, ser de alguém, de dividir.
Vontade de ser descoberta, ser tesouro, ser de ouro, ter valor.
Vontade de descobrir, de rir e chorar, de rir.
Vontade de lavar a alma, de ter calma, de contemplar, de ser um pedaço do azul do mar.
Vontade de ver o belo, de ser o belo, de ser amarelo, de colorir, de chorar de rir...
Mas nasci azul.
E fui perdendo a cor. Fui perdendo a vida e virei ferida.
Perdi a vontade, a sanidade, a direção, perdi o amor. Como isso aconteceu? Não sei dizer... Sei que foi assim...
Tudo em tons marrons e, às vezes, cinza... o vermelho? Só de raiva, e de um batom para disfarçar. Virei disfarce de mim o que só fez piorar.
Disfarcei tanto, que acreditei. Fui tão longe, que me perdi. Fui tão só, que perdi a fala, tão só que não suportei...
Perdi um pedaço, me perdi...
Tanta dor, Tanta dor... Ninguém sente dor, só eu, em meu mundo cinza pensei. 

São todos robôs, insensíveis feitos de lata cinza.
Estou só, só, só, só, só!!!! 

Eco...Só escuto o meu Eco-Ego... Fique surda.
Preciso de cor!!!! Venha o vermelho!!!!

Raiva-Raiva-Raiva-Raiva!
Que maravilha! Proteção e emoção em forma de cor!!! Estou viva! Mas agora estou mais só...
Não posso ter cor. Se tiver, fico só.
Volta  cinza. O cinza! Cimento! Assim!
 Muros altos de cinza. Nada mais entra, ninguém mais sai.
Esqueci-me da cor, de pedir amor.
Esqueci que tinha um coração, que precisava de emoção e fiquei só.
Dor!
Como livrar-me dessa dor???
Morrrendo...
Depois de morta não sentirei dor, então morri.
Morta, bebia e ficava com sede;
Comia e ficava com fome;
Dormia e ficava com sono;
Me entregava e nada.
 Vazio sem fim.
Vazio dos Muros.
Vazio cinza escuro.
De repente uma Luz.
Você quer?
 Eu quero.
Vi a Luz e Ela refletia  cor. Um vermelho de outro tom...
Era cor de amor. Como ser cinza diante de tanta cor?
Fiz como sempre fazia, disfarcei. Usei cores que não eram minhas. Alívio. Esperança. Dor.
Dor de não ser, de não saber, de lembrar o que me tornei.
Mas aí me encontrei com a Verdade.
Como ser disfarce diante de tanta Santidade?
Ferida novamente, dor novamente...
Ferida pelo amor, dor de cruz, mas não mais só, e sim com Ele ao meu lado. Não suportaria viver a mesma morte.
Conheci o Caminho. Uma nova direção. Uma nova vontade. Uma nova cor. Branca. Mistura de todas as cores.
Um novo conhecer. E um novo eco:

Onde estão as minhas cores???
Você quer se conhecer? Quero. Eu te amo tanto que decidi morar dentro de você.
Peço que Me ame tanto que decida viver dentro de Mim. 
Dentro de Mim há um tesouro escondido, cheio de cores, sons e sabores: VOCÊ.

Por Carla Lima

30.9.11

Porque eu estou aqui, filho!

Porque eu estou aqui, filho!

Ontem vi um filme no cinema, com o meu amado esposo, que me levou a algumas reflexões e achei pertinente compartilhá-las com vocês.
Bem o enredo do filme é a estória de um rapaz aparentemente saudável, com uma família ótima, amigos... mas ele sente que tem algo desconfortável sobre sua vida, tem sonhos recorrentes sobre um passado que desconhece, acha-se “esquisito” e não sabe o porquê. Ao fazer um trabalho da escola com  uma “amiga” ele se depara com um site de desaparecidos, e aí se desenrola toda a trama do filme.

Observações:
Chamou-me a atenção pensar sobre o tamanho do vazio que uma pessoa pode viver quando ela não sabe de sua história real de vida. Saber sua origem, verificar  semelhanças dos seus pais, avós, irmãos, é fundamental para a sua consolidação como pessoa integral. 
Não podemos ignorar que temos herança genética,  cultural, e espiritual, pois tudo isso faz parte da nossa totalidade como ser humano. O jovem do filme, não era um viciado, nem mesmo desenvolvera problemas crônicos em sua personalidade, contudo ele tinha um enorme VAZIO existencial que lhe causava angústia e uma sensação de não pertencimento. O pertencimento a um lugar, de um grupo social, como a família, é pressuposto básico para formação da identidade de cada indivíduo.
Aprendo com esse filme,  mesmo que a proposta do autor não tenha sido esta, a importância de valorizarmos nossas famílias e nossas histórias. Somos privilegiados, pois muitos não tem acessos a elas e se vêem perdidos ou esvaziados durante toda uma vida. 
 Outra observação do filme que achei relevante: descobrir a verdade sobre a sua história, seja de que nivel for, poderá ter um preço devastador, doloroso, mas as vezes extremamente necessário para encontrar sua paz, fechar suas gestalts
O jovem do filme descobriu que era adotado, que seus pais com quem convivera todos aqueles anos, não eram na verdade os seus pais e logo que descobre essa parte da história, ele os perde também, pois eles são assassinados na sua frente. Fica sem "pais", sem teto e ainda com mais perguntas que respostas sobre sua vida. Mesmo sendo apenas um filme, ele retrata a vida real. Mensurar o impacto emocional de alguém que perde seus pais de maneira tão cruel, como foi com o jovem do filme, naquele instante, é quase impossível, mas podemos conjecturar que ele se viu perdido, sozinho, desamparado e tendo que lidar com perdas, vazio e com a sua sobrevivência. Viu-se obrigado a tomar as decisões mais prementes para aquele momento em detrimento do que estava sentindo.
No decorrer do filme ele descobre afinal de onde veio e quem ele é. Um aspecto que acho relevante frisar é que no filme, o jovem depois de constatar que sua vida realmente era um engodo, ele não desisti de buscar seu passado, ele vai em busca de respostas. Resgatar sua história, significa resgatar sua identidade.
Há uma frase no filme que me parou. Em meio a sua sobrevivência, sendo perseguido incansavelmente, o filho tem um encontro com uma pessoa muito especial e essa pessoa lhe dá coordenadas para lhe livrar do perigo, por meio de telefonemas.  O jovem recebe essas ordens e então pergunta a essa figura tão importante e tão desconhecida, o seu pai: por que eu deveria confiar em você agora? O pai responde: "porque eu estou aqui, filho"! Pude sentir e imaginar o impacto dessas palavras no coração daquele filho, na vida real teria o mesmo efeito. Mesmo sem conhecer o pai, ele confia e faz o que o pai manda. E no ápice da perseguição, ele olha ao seu redor procurando o pai (que nunca viu) buscando esse socorro do Pai, parece bater uma insegurança, mas logo o pai lhe liga novamente e lhe protege de longe, pontual, firme, passa-lhe segurança,  força.  O pai lhe explica que havia feito uma escolha difícil,  mas que para lhe proteger não podia ter contato próximo com ele,  pois se o tivesse ele correria risco de vida devido a sua profissão.  Ele enquanto falava ao telefone, procura o pai, tenta avistá-lo, e de relance o vê pela primeira e talvez, última vez. Foi o encontro mais importante da vida desse rapaz, no filme,  e esse encontro mesmo que tão limitado o preencheu. O pai apereceu na hora da necessidade e explicou sua ausência física. 
Que tremendo! Simplesmente porque o pai está perto ele acredita que agora tudo vai se resolver, vai se acalmar. Acredito que é por aí mesmo que passa nossa representação da figura paterna.
Eu me emociono, porque de fato não é isso que acontece na vida? Todos  temos um pai, senão mais na terra, no Céu com certeza. O pai representa força, autoridade, segurança. E mesmo que não o conheçamos de perto, mesmo que ele tenha sido ausente em nossas vidas, em sua vida; mesmo que ele tenha sido o mais imperfeito dos pais, ele é o seu Pai. Ele tem uma forte representação de sentido e significado em quem somos.  Não há como negar isso, não há. Lembro quando Yuri nasceu, a primeira coisa que identifiquei foi que ele era branquinho (eu sou morena), e que o pezinho dele era tal qual o do seu pai. Quando ele cresceu percebi que não tinha herdado apenas o aspecto físico do pai, mas algumas reações ao estresse também. Mas também herdou o bom humor, e a força do seu pai. E veja ninguém lhe ensinou esse comportamento, mas ele tem.
Parecemos com nossos pais em alguma característica física ou psicológica. É assim. Algumas, não gostamos, mas ainda assim é parte de quem somos. Algumas podemos mudar, melhorar, outras, estarão ali para sempre. Quando vejo coisas do meu pai em mim ou da minha mãe, eu sinto assim: pertenço a esta família inegavelmente; me alegro porque tem outros como eu, me identifico e isso é muito bom. Tenho a quem recorrer, somos do mesmo sangue e isso é forte o suficiente para vencer qualquer inimizade. 
Essa figura do Pai de proteção de segurança é necessária, não vejo como desconstruir isso e de alguma forma alguém irá representar essa figura tão importante em nossas vidas, do Pai, simplesmente porque precisamos disso, não é?
Amados, o Pai eterno nunca falha,  nunca nos deixa. No momento mais dificil, singular, naquele momento em que tudo fica tão desesperador e sem saída, Ele vem. Ele nos socorre, Ele está perto!
Sempre é tempo do Pai buscar seu filho, conhecê-lo, recomeçar com ele. Pais, façam isso hoje! Filhos, abram-se para os seus pais, confiem um pouco mais, não desistam deste relacionamento tão precioso. Invistam! Não apenas com recursos, invistam em tempo, em afeto expressado, em boas palavras e o que mais puderem. E amados, nós temos o Pai eterno e Ele estará sempre, sempre de braços abertos para nos acolher e te acolher, hoje, “filho”. Volte-se para ele. Ele o ama. Amém?

Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR; E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição”. Malaquias 4:5-6

Oração: Pai eterno, se precisamos de colo tu nos dás, se precisamos de coisas, quando necessárias, tu nos dás, se precisamos de incentivo, tu nos dás, se precisamos de correção tu nos dás. Nessa hora peço que o teu amor perfeito cure os corações feridos dos filhos, mas também cure os corações feridos dos pais, e promova o bom encontro, promova a reconciliação, o conhecimento e a transparência nos relacionamentos, pais e filhos. Traga a alegria da comunhão! Reconstrói os relacionamentos quebrados entre pai e filho e reconstrói principalmente a relação entre o Senhor, que é o nosso Pai e seus filhos que estão de alguma maneira, longe e até mesmo perdidos.Senhor, longe de ti com certeza estaremos perdidos mesmo.  Aproxima teus filhos,oh Pai! Amém?
 Quando você está perto do seu pai, você só é filho; não tem jeito. Perto do pai você ainda vai se achar àquela criança de antes, mesmo que não seja mais.
 ARA BRANDES
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