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30.8.22

O ENTRE

O "entre" é absurdamente desconfortável, e inevitavelmente entramos nele em vários momentos da nossa vida.

O "entre" a unção e o reinado,  entre  o exôdo e a promessa, entre o marido Abraão e o pai Abraão; o entre a morte e a vida eterna, o "entre" o diagnóstico e a cura, a dor e restauração...

O "entre" é esse lugar do meio, nem é o início, onde tudo é animador, divertido; nem é o fim onde tudo faz  sentido,  que conclui-se e nos alegra. O "entre" é PROCESSO.

O "entre" é o lugar da espera, espera em movimento. Da esperança.

É o lugar onde a paciência é forjada em nós, é o lugar da continuidade,  disciplina,  perseverança, da rotina, onde nada parece ser tão interessante assim, contudo, extremamente relevante para o que virá a seguir e para trazer solidez no nosso caráter. Sem vivermos o entre plenamente não chegaremos no fim das coisas.

"Sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes". Tg 1.3-4

No entre precisamos exercitar e permanecer na fé objetiva, e lutando, caminhando na visão que recebemos no início da travessia e termos a mente de um vencedor, de um atleta.

O povo de Israel viveu um entre de 40 anos até chegarem na promessa. Como viveram? Essa é a questão. 

Podemos viver o entre a perda e o ganho, a derrota e a conquista, o passado e o futuro, o desejo e a realização, o preparo e a vitória de forma intencional e em Fé. Ou podemos escolher a murmuração e o rancor e perecermos no meio do caminho.

 Os entres são as formas de Deus nos amadurecer e estimular o nosso desenvolvimento espiritual. Porque o entre põe a prova quem somos, e faz emergir o nosso pior, o orgulho,  a ira, a mentalidade vigente. Mas também faz emergir o nosso melhor em Deus. E só assim podemos ser transformados e preparados para chegarmos ao fim.

 O entre pode demorar dias, ou anos, depende do que Deus deseja forjar em nós para seu propósito.

Entendermos o entre como um treinamento e uma passagem é fundamental para aproveitarmos cada momento vivido com sabedoria e lucidez.

No entre, Eva comeu do fruto e fomos separados de Deus. No entre, Sara se apressou para realizar a promessa pelas suas próprias forças,  e gerou um problema maior. No entre, Saul se antecipou e ocupou um lugar que não era seu, perdeu a benção e a unção de Deus...  no entre o povo desfaleceu na fé e caíram mortos no deserto,  "não entraram no descanso ". 

Mas aleluia, porque no entre, José foi fiel a Deus e alcancou a promessa. No entre  Ana gerou Samuel e abençoou uma nação. No entre Davi foi forjado, tornou-se um guerreiro, e um homem segundo o coração de Deus, para então ser rei e entronizar a vontade de Deus, sua presença no meio do povo.

No entre o Gólgota e a ressurreição, a cruz brilhou, Jesus cumpriu sua missão e por isso, um novo "entre" foi criado: a sua volta.

E nesse entre, esperamos. 

Nesse entre a morte e a vida, espera e volta de Cristo, vivamos de corações abertos, abraçando a jornada, conhecendo a Jesus e transbordando a vida abundante que logo será vida eterna. 

Que seu ENTRE, glorifique Deus.

Como você espera?

Qual o "entre" que você está vivendo? Lute! Continue! 



Amém?


Por Ara Brandes

No amor de Cristo 


21.5.22

Dependência Emocional parte 3

 

Continuando a falar sobre Dependência 

A dependência emocional é considerada como um vício e da mesma forma que um drogadito precisa da droga e fará de tudo para obtê-la para um suposto "bem estar", "equilíbrio", da mesma forma o dependente emocional faz para garantir a presença da pessoa que lhe dá estas sensações. Sempre que passa o efeito da droga corre atrás e paga o preço que for ( despersonalização, perda de si, autoengano, sublimação,e superestimação do outro,  doação excessiva sem que o outro solicite, adiação dos seus projetos, de sua vida) por ela, por medo de perdê-la e porque se tornou um dependente.


Uma das evidências de um quadro de dependência emocional é o ciúme doentio, possessividade, idealização do outro, manipulação, crise de abstinência, pensamento obssessivo sobre a manutenção do parceiro. Que revelam insegurança, insatisfação, medo da solidão, baixa autoestima. Etc


Pode haver abuso nesse tipo de relação tanto de um lado como do outro.


Esse é um quadro com vários desdobramentos, mas por hora vou parar por aqui.


É preciso uma consciência ativa e uma decisão de tratamento profissional para autoconhecimento, fortalecimento da psiquê, aprendizado sobre escolhas e consequências, e estabelecimento de novos padrões de funcionamento.


O amor nasce de um ambiente de liberdade, onde as pessoas se relacionam por vontade, por prazer de estar com o outro,  por respeito mútuo, troca mútua, valor, cada um com sua individualidade. O que é o oposto da dependência, onde o "amor"  nasce da falta, na necessidade de se suprir no outro exclusivamente, da coisificacão do outro e do isolamento do outro como seu, posse, sempre há uma troca desequilibrada nesse amar do dependente e tudo que ele recebe tb nunca é suficiente prá ele.

Ei, o amor nunca é retido, mas compartilhado.


Buscar ajuda irá te livrar das repetições nas suas escolhas amorosas e no resgate de si mesmo.


As perguntas que vc deve se fazer é: porque estou me colocando nesta situação repetidamente? Pq faço isso  comigo? 

Parta daí.


Psicóloga Clínica 

Ara Brandes 


#ameaoproximocomoatimesmo

#oamornaoseprendenumacaixa

#psicologia

#gestaltterapia

#humanize-se

#perfeitonãoexiste

Dependência Emocional parte 2


Dependência Emocional parte 2


Nestes dias estarei falando um pouco sobre dependência emocional, no intuito de trazer a vc consciência sobre e se for este o seu caso busque se conhecer e corra atrás da ajuda que precisa.


O dependente é um carente, mas não é uma carência simples, mas patológica, uma forma de se relacionar mto adoecida.


O indivíduo sofre mto por se mover nas relações pela necessidade absurda de se "suprir", de ter valor,  e nesse sentido ele aceita qualquer coisa que se pareça com afeto. Busca atenção desse outro de todas as formas possíveis. 

Um grande problema nessa situação é que ele quer exclusividade desse outro. Exclusividade de afeto, de atenção, de cuidado, de presença, de tudo, ele coisifica o outro. Não há espaço para a individuação, para que outro seja ou faça qq outra coisa sem ele. E nessa busca nada nunca é suficiente.


Importante falar que a dependência emocional pode acontecer em outras relações tb como de pais, amigos, chefes, autoridades religiosas etc. Basta que haja a junção inconsciente do (frágil) com o forte ("perfeito", na idealização).

 

O dependente devido à sua falta emocional, coloca mto poder de sua vida ( existir, estar bem,) nas mãos do outro, mesmo que esse outro não se perceba disso. E vive na espera de ser notado, aplaudido e preenchido ( e não será), vai sofrer mais. Ninguém é responsável pelo seu bem estar. Apenas vc pode se responsabilizar por vc.


Dentro de um casamento isso pode tomar proporções dantescas e com danos psicológicos, e relacionais.


A dependência emocional é um desequilíbrio na forma de amar. É um "amar demais", só que não  é amor, é posse.


Nenhuma relação se sustenta saudável se um dos indivíduos é dependente  emocional inconsciente. Ou o parceiro vai desistir ou vai aceitar e morrer emocionalmente aos poucos e ficar desinteressado na relação. Ou seja, não há saúde nesse quadro, pq não há amor, não há liberdade, logo não há paz.


Esse buraco na alma pode ser tratado com ajuda séria, consciência, e desejo de mudança. É longo o processo.


Faça isso por vc


Dica do dia:  comece por exercitar a sua visão do outro e que esse outro não é uma coisa, mas uma pessoa.


Ara Brandes 

Psicóloga Clínica GT

Dependência Emocional 1


Dependência emocional 

A imagem fala um pouco sobre como o indivíduo que tem dependência emocional vive isso e sente.

 Ele  ou ela por ter um buraco enorme na autoestima se encanta facilmente com migalhas de "amor", e está sempre em busca do perfeito parceiro, que não existe, mas ele ( a) cria. E nisso idealiza o que vê.

Sua percepção é alterada pela carência, vê amor onde não tem e pior investe como se tivesse encontrado, mesmo sem obter respostas na relação, sem troca a altura da entrega.

Na imagem aparentemente tem "amor", afeto, gentileza, beleza, mas  é prisão, não passa de armadilha para o carente. 

Na dependência emocional o outro é tudo. E sem o seu tudo ele se desmorona, e sabendo disso começa a ter comportamentos de controle ( agradar para... está sempre disponível para esse seu tudo, e não de forma saudável, se doa em excesso, é o salvador, o insubstituível, não dá espaço para o outro, e sufoca com excesso) e a medida que se entrega, controla o outro direta ou indiretamente, mas também é controlado devido a sua carência.

 E o grande problema é que esse indivíduo vive inseguro pois a pergunta que fica na sua mente é:será ele me ama e me quer? Ou está comigo porque faço tudo na relação?

 Com isso a relação começa a adoecer, uma, porque sua carência não é suprida e nunca será, e outra, porque o outro sufoca e cansa por não alcançar o esperado, idealizado.

Mas até existir o rompimento necessário, muito desgaste já aconteceu , mtos danos internos e externos. 

O carente tende a ver apenas a carência, e não o outro ser que pulsa ao seu lado.

Busque ajuda.

Reconheça seu problema  e encare como um problema. 
Cuide da sua autoestima por dentro e se cure.

Psicóloga Clínica GT
Ara Brandes 

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2.11.21

AMBIENTE TÓXICO

Tenho falado nestes dias sobre ambientes emocionais. 

E existe um ambiente que do ponto de vista psicológico, acredito ser um dos mais nocivos à saúde mental, que é o ambiente tóxico, o ambiente da dependência.

Vou tentar descrever um pouco sobre esse ambiente e o que ele causa quando muito frequentado. Mas, primeiro preciso trazer o conceito do que é tóxico para entendermos melhor o esquema que também se repete no âmbito emocional.

Tóxico, segundo o dicionário on line, é o que tem a propriedade de envenenar; que contém veneno; substância tóxica. É capaz de entorpecer por afetar o sistema nervoso.  

Resumidamente são químicas que quando ingeridas sistematicamente fazem mal a saúde física e mental. Contudo, fazem mal enquanto resultado a médio, longo prazo, porque no imediato o que fazem é dar a sensação de prazer, de preenchimento, vazio suprido, alívio. Tudo isso faz com que o indivíduo esqueça temporariamente o que está lhe incomodando, anestesie as dores, o desespero, os problemas, e por isso a dependência química é tão perigosa.

 Num primeiro momento as substâncias ingeridas, inaladas, causam essas sensações, mas em seguida vem o desastre, e com o uso contínuo o organismo associa isso a uma necessidade para o indivíduo encontrar seu equilíbrio, então a dependência se instala. Uma vez instalada a necessidade do uso só aumenta, e o aprisionamento a auto destruição vem em seguida. E como ela entorpece, o indivíduo fica com uma consciência muito rebaixada, e aumenta sua tolerância para aquilo que lhe faz tão mal.

O ambiente emocional tóxico de igual maneira também é nocivo, vai envenenando a saúde psicológica do indivíduo sem que ele perceba, e quando vê já está dependente, intoxicado e auto destrutivo.

O ambiente emocional tóxico é carregado de críticas, comparações, falas de desqualificação, raiva crônica, falta de perdão, espetadas e muitas e excessivas cobranças diretas ou não. Perceba que ao estar nesse lugar você consome o que lhe faz mal, seu vício. O desejo de ser alguém,  de ser aceito ali.

 Nesse ambiente a sua sensação é de que você muitas vezes não existe, de que é incapaz, inútil, e sem valor. 

Você não é afirmado, amado, nem respeitado como pessoa, mas  o que passam para você pelos comportamentos é que você é um erro, você não deveria estar no mundo e que você "deve ao mundo". 

 Filhos, parceiros, pessoas que ficam por muito tempo dentro desse ambiente, ou que foram criadas nele  carregam consigo uma mensagem de desvalor tão forte que sem ajuda séria, dificilmente irão conseguir superar os danos causados por anos e ressignificar sua vida, sua história. 

Algo que também acontece nesse quadro é que essas pessoas estão tão acostumadas a opressão, a serem mal tratadas que dificilmente se dão conta que estão intoxicadas por esses ambientes, e do quanto ainda buscam esses lugares, pessoas inconscientemente, mesmo quando adultas. 

Por quê? Porque o ambiente para elas é familiar, é conhecido. E facilmente toleram as críticas destrutivas, as cobranças, comparações, ou entram nas provocações do ambiente tóxico, das brigas, e continuam a se repetir, e a adoecer.

É preciso uma consciência ativa para sair desse lugar emocional.  É preciso se fortalecer emocionalmente, para só então lidar com a toxidade das relações, e fazer escolhas saudáveis. 

Não é um processo fácil, nem rápido, carece de determinação, decisão, de apoio, de coragem para enfrentar a verdade, de posicionamento e responsabilização pela sua mudança. 

Pergunte-se sempre que se sentir tentado, atraído a estar nesses lugares, mesmo que convidado: por que estou querendo ir? O que geralmente acontece comigo quando saio desse lugar? Sou querido (a) nesse lugar, de verdade? Fico envenenado quando entro em contato com essa pessoa? Ou com esse ambiente?

O indivíduo precisa se incomodar com o ambiente que lhe causa mal, ele precisa decidir se separar do que lhe causa dores emocionais, desequilíbrio, e que lhe desestrutura sempre. E sem dúvida esta não é uma decisão fácil, é necessário ter suporte,  força,  apoio para dar conta, afinal foram anos nesse ambiente, foram anos ouvindo coisas ruins a seu respeito e geralmente de quem deveria cuidar, dar suporte, afirmar.

Ambiente tóxicos embotam o crescimento, causam sofrimentos na identidade do indivíduo e na sua cosmovisão e capacidade de reação. Nesse ambiente ele não consegue ser ele, não consegue produzir, e ter sucesso, ele se sente sempre inferior,  inadequado. 

Quanto mais permanecer nesse ambiente mais um "ninguém" ele será, pois não há espaço para uma construção de individualidade, não há espaço para o crescimento emocional, psicológico, espiritual, social, saudável. Qualquer amostra de um crescimento será mutilada, sufocada, e desqualificada. Não há lugar para sua expressão.

O estrago é grande nesses ambientes, basta um único contato que memórias ruins são despertadas, gatilhos emocionais disparam, e o ciclo da dependência se abre.

 E você pensa: é ruim, mas é o que eu tenho... É ruim, mas pelo menos não estou só... é ruim mas ainda me chamam, me recebem ( o porquê o fazem é que vocênãosabe)... e a tolerância e o auto abuso continuam e ao sair desses ambientes você se vê mutilado nos sonhos, nos desejos, emoções, intelecto, fé e na sua identidade... é como se você saísse de um atropelamento, mas nem sabe ao certo o que foi. Outras vezes você é roubado e saqueado nesses lugares. 

Discirna os ambientes tóxicos que você entra e feche o acesso a esse lugares o máximo que puder. 

Veja que não estou falando de um lugar neutro, que você só vai de vez em quando e que as pessoas falam bobagens, é mais do que isso, é um lugar familiar para você, mas ruim, tóxico mesmo, que desperta emoções ruins, lembranças ruins, dores, sentimentos ruins, medos, principalmente isso, medo. Medo de estar naquele lugar, medo de ser rejeitado, agredido psicologicamente,  mais uma vez, incompreendido, e julgado porque inúmeras vezes o foi.

Cabe a você reconstruir seu espaço, sua individualidade, sua história. 


Eu acredito que você pode, se você for fiel a sua decisão, buscar ajuda, e se mantiver consciente, lúcido no processo.

 A dependência entorpece e engana, ilude, por isso mantenha-se junto à verdade, busque as pessoas que te amam e são sinceras com você, e ouça-nas. Não caia na armadilha que "agora será diferente ", mudou... cuidado com o que te atrai a esses lugares emocionais nocivos, pois dificilmente tem mudanças.

Escolha ambientes que te encorajem,  te desafiem a crescer, a mudar, e a ser você.



Ara Brandes 

Psicóloga Clínica GT



30.10.21

Ambiente emocional do estresse


Sem dúvida, você, como eu,  já se viu dentro desse ambiente inúmeras vezes. Viu, mas sem perceber,  sem se dar conta do que ele estava provocando em você.

O dia a dia muitas vezes é vivido no automático, na correria,  nas exigências da vida, no desgaste emocional, e vai se levando assim, até a hora em que algo pipoca, transborda, e para.

O ambiente de estresse carrega uma sensação de urgência para tudo, urgência que não existe,  pois é mais indisciplina  do que qualquer outra coisa. O  "urgente" é considerado importante quando na verdade não o é. E o problema disso é que quando algo realmente for importante não será percebido nesta dinâmica, porque tudo na dinâmica do estresse, nesse ambiente, torna-se prioridade, e "tem que" ser feito na pressa,  no nervosismo,  na reatividade  porque se não, nessa perspectiva,  não será feito, não valerá. E a verdade é que as "prioridades" reais não são atendidas, pois fazer apenas nesse ritmo é mais uma crença disfuncional do que a prória verdade.

A pressa nos leva a mais falhas, equívocos, frustrações e reações negativas do que qualquer outra coisa. Fazer com pressa é escolher a pior forma de fazer as coisas. As vezes é necessário,  mas não deve se tornar um modo de vida.

Pense; quantas vezes fazer as coisas na pressa  levou você a uma melhor execução e melhor resultado? Pelo contrário, provavelmente, levou você a resultados medíocres e a uma descarga emocional desnecessária sobre si, e pior, sobre os outros. O estresse sistemático desencadeia vários sintomas ruins como nervosismo,  ansiedade,  hipertensão,  raiva, impaciência,  intolerância,  negatividade, explosões emocionais, desequilíbrio, desatenção, e tudo isso causa inúmeros prejuízos  relacionais e pessoais etc., e assim o ciclo se repete  vez após vez, se não for interrompido.

Pergunte-se: posso fazer sem pressa?
Por que só faço as coisas com pressa?
O que foi negligenciado antes  para que esse comportamento fosse adotado?

Perceba se você carrega esse ambiente, se você vive nervoso ( a), correndo, desatento, e estressado. 
Analise se isso lhe faz bem, se isso traz à tona o seu melhor ou o seu pior?

Um pouco de estresse é necessário para nos movimentar,  mas o seu excesso nos adoece lentamente e tira a nossa qualidade de vida.

Se você,  por exemplo,  precisa de mais tempo para fazer as coisas, gerencie em cima disso, ou vai viver se atrasando, prejudicando o tempo do outro, e ouvindo reclamações.
Outro exemplo, se você funciona melhor no silêncio, mas tenta produzir no barulho, na confusão, o que sai disso, geralmente? Pense. Então,  selecione o horário  em que as coisas ficam mais tranquilas na sua casa para produzir e seja fiel a isso.

A protelação, e a desorganização são ótimos desencadeadores do estresse, mas também o adoecimento de uma familiar, uma circunstância difícil, uma perda, uma situação nova, podem ser gatilhos para fazer você entrar no modo estresse.

Conhecer sua realidade, e aceitá-la, ajudará você a administrar melhor o que está diante de você. Reclamar, vitimizar-se, procrastinar só vai aumentar e piorar a forma como está escolhendo vivenciar seu tempo, sua vida. 
O que está no seu controle, e o que você pode administrar?

Busque conhecer a sua dinâmica e veja se há melhores formas de fazer o que você faz e como faz.

Seja amigo (a) da disciplina, organize melhor seu tempo, seus sins, suas escolhas e você vai ter melhores resultados e melhor qualidade de vida, saúde.

Que ambiente você acha que lhe trará  melhores resultados? O do estresse,  ou o da ordem, da paz? Talvez você nem conheça o da ordem porque nunca a escolheu. 

Funcionar no caos é possível , mas é o melhor para você  e para sua rede social?
O que isso está lhe causando? E causando nas pessoas que lhe cercam?

E mais uma coisa, cuidado para também não viver misturado no estresse do outro e dos ambientes que você precisa entrar. Busque discernir de onde está vindo a tensão e mantenha sua serenidade.

Ara Brandes
Psicóloga Clínica GT

27.10.21

AMBIENTES EMOCIONAIS- liberdade


Vamos sentir o ar de hoje, e o ar de hoje que quero falar é o ar da liberdade. Como vejo o ambiente de liberdade e suas emoções.

Primeiramente devo dizer que esse é o ambiente mais desejado por todos nós, mas também é o que mais negligenciamos, não percebemos, distorcemos, e não valorizamos. Por isso vem comigo nesta leitura e busque interagir com a sua consciência, suas memórias, e percepção a respeito disso, ok?

Esse é uma ambiente criado a partir da confiança e aceitação, do amor. Não existe liberdade sem amor. Onde há amor há liberdade. 

Encontramos esse ambiente geralmente nas relações de intimidade,  onde somos conhecido não superficialmente, mas onde nos desnudamos como pessoas. 

Nesse ambiente, lembrando que estou falando aqui desse lugar subjetivo, que não vemos, mas sentimos, o ambiente emocional.

Então, é nesse ambiente que podemos ser quem somos, podemos mostrar nossas angústias, fraquezas, lutas, verdades, sonhos, podemos partilhar desejos profundos porque sabemos que não seremos medidos, julgados, mas apoiados verdadeiramente, e encorajados.

O ambiente de liberdade promove crescimento, segurança, e espontaneidade/criatividade. 

Quero convidar você a pensar e a lembrar. Uma, se você promove isso para as pessoas próximas, outra: o que você sente quando chega num ambiente assim? Que emoções afloram, que desejos vem?

Quando temos e conseguimos criar esse ambiente damos espaço  para vínculos duradouros, consistentes e afetivos.

Por exemplo, perceba que ao chegar em um lugar de afeto, íntimo, familiar, algumas sensações despertam e você tem uma sensação de ter importância ali, de ser valorizado, percebido, você tem aquela sensação de ser parte, de cooperação, cumplicidade,  você se sente à vontade, e  deseja ficar, deseja estar nesse lugar, não por mera formalidade, mas porque lhe faz bem, porque é bom estar ali. 

Nesses lugares vamos encontrar um ar carregado de carinho, cuidado, preocupação, interesse. Você é alguém para alguém ali.

No ambiente de liberdade há certezas. Certeza de que você pode errar, tentar, consertar se preciso,  falar e silenciar. Certeza de que pode ir e vir, certeza de que vão tentar lhe compreender, de que a relação é sustentável, pois se conversa, se ajusta.

Nesse ambiente de liberdade o respeito e a honra estão no ar, pode-se se sentir no trato, na consideração, no olhar, nos valores que aparecem, no preparo de uma comida, de um ambiente físico. O  ambiente de liberdade abre espaço para cada um ser como é, para cada um se expressar, mas com respeito, e não o contrário, como vemos por aí, onde a "liberdade" está distorcida, o egoísmo impera, o outro inexiste, não há amor, há conveniência, interesses e desordem, confusão.

Seja você alguém que promove isso para os que se achegam, confiança, aceitação, afeto. Esse é uma ambiente de saúde mental, emocional.


Esteja consciente.


Ara Brandes 

Psicóloga Clínica GT



26.10.21

AMBIENTES EMOCIONAIS - CELEBRAÇÃO

 

Ambientes emocionais – Ambiente da celebração


Parte2


Estarei falando esta semana sobre alguns ambientes emocionais, pontualmente.

Ontem trouxe o conceito de forma geral, mas quero esmiuçar um pouco sobre o tema, ressaltando alguns ambientes e sua influência para que você possa estar mais atento e consciente nas suas locomoções físicas e emocionais.

 

Pense comigo:


Quem pode entrar na sua alma?
Que pode ser convidado às suas celebrações,  festa?

É sobre esse ambiente de celebração que quero falar um pouco, hoje.

Quando pensamos em celebração nos vem à mente alegria, empolgação, normalmente, frise-se. O ambiente que se espera, o clima é de festa, de congraçamento. Imaginamos um ambiente colorido, agradável, com música, boa comida, família, amigos,  tudo preparado para evocar  boas emoções como  alegria,  reconhecimento,  leveza, gratidão,  comunhão, entusiasmo, gargalhadas, mas também para fazermos um registro daquele momento.

Quando vamos a uma comemoração nos predispomos a isso, a celebrar com a pessoa da festa, sua vida, suas realizações e a própria festa que ela organizou. E como é gostoso esse partilhar, essa troca, como é bom ter pessoas com quem podemos dividir nossos bons momentos e construirmos nossa história.

Contudo, devo ressaltar algo que acho importante: os convidados. Numa celebração queremos dividir, queremos compartilhar algo bom de nossas vidas e geralmente o fazemos com pessoas que conhecemos, amamos.

Mas, mesmo dentro de círculo conhecido, você pode se deparar algumas vezes com pessoas que só parecem celebrar sua vida, mas de fato não celebram.

Há pessoas que não sabem celebrar com você, não compartilham do seu êxito, seus sonhos, de quem você é, e que são capazes de roubar a alegria da sua festa. 

Elas carregam e liberam um ambiente hostil, agressivo por onde vão, e são tão egoístas que não são capazes de se conter, ou de renunciar seus sentimentos nem que seja por um momento em prol do outro, ou do coletivo. E o que fazem muitas vezes é chamar a atenção para si, mesmo que de forma negativa, invejosa, queixosa, "grandiosa", e com isso são capazes de estragar seu momento. E acredite, mesmo com um ambiente preparado para a festa, o riso, a gratidão, elas conseguem influenciar negativamente o ambiente e tiram o brilho da sua festa, de você, se você deixar.

Por isso, esteja certo com quem você deseja partilhar suas conquistas, sua vida, suas celebrações. Esteja certo de que há transparência nos seus relacionamentos, e de quem é convidado a adentrar suas portas emocionais, pois uma pessoa pode roubar todo o momento que você preparou com todo carinho.

Ei, tem pessoas que não conseguem ver você brilhar, crescer, ter sucesso, estar alegre, simples assim. O menor sinal disso tentará roubar a cena e atrair para si os olhares. Esse tipo de pessoa se adentrar a sua alma pode roubar sua paz, sua celebração, e até sua alegria de viver. Cuide do ambiente emocional, ofereça resistência e mantenha-se no equilíbrio.

 

Tire o poder de suas mãos e esteja consciente do que não vai permitir no ambiente que você criou. Somos responsáveis pelo ambiente que queremos.


A consciência é o que lhe fará dominar suas emoções e não ser tomado pelas emoções negativas do outro, do meio que você convive. O ar pode está livre, ou carregado.

 

Ara Brandes
Psicóloga Clínica GT

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#façaseuambiente
#cuidedasuaalma
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#amorproprio
#limites 

#noconsultoriocomara

 


25.10.21

AMBIENTES EMOCIONAIS

Somos seres que habitam, que transitam, que se alojam, ajuntam, fazem ninhos, moradas, interagem no mundo.

Somos seres que se deslocam.

Pensando na importância dos ambientes no nosso bem estar, na nossa qualidade de vida, e no quanto os ambientes influenciam as nossas emoções, resolvi falar um pouco sobre isso.

Ambientes físicos são formados, pensados, alguns até estrategicamente, como os comerciais, visando objetivos. O fato é que o alvo mobiliza o investimento e a mensagem que se quer passar no ambiente.

Se visamos conforto  vamos buscar preencher o lugar com coisas que proporcionem isso. Cores, cheiros, música, imagens etc...
Se queremos um ambiente mais sério, profissional,  vamos buscar algo mais padronizado, clean, objetivo.
E assim vamos criando ambientes na medida da necessidade.

Já o  ambiente emocional do qual estou tratando aqui, fala mais de sensações. É algo que sentimos no ar, é algo que nos envolve, que nos atrai, ou repele, mas que está ali, mas que não é capturado pelo nosso olhar, ou percepção consciente.  Pode  acontecer por exemplo, de tudo está lindo, perfumado, cuidado,  mas as pessoas que adentram, trazem consigo uma carga emocional de emoçoes, histórias,  sentimentos... rancor, tristeza, medo, tensão,  raiva, ingratidão,  culpa, e embora todo o restante esteja bonito, o ambiente fica pesado, parece não haver espaço para espontaneidade,  para liberdade, para a boa troca... e se você chegou bem pode até ficar mal devido ao clima que está no ar.

Agora, como são criados os ambientes emocionais? Através de nós, pessoas. As pessoas carregam os ambientes e os liberam pelas conversas, posturas, abordagens, cultura, modos, emoções, humor, comportamentos.

Nós os criamos muitas vezes sem saber, sem consciência,  dada a sua subjetividade.

Na Gestalt, a um termo que é utilizado que nos ajuda um pouco a entender, que é o que chamamos de campo.  Tudo acontece no campo, algo já está, ou estava presente nele, mesmo que não saibamos detectar, diagnosticar. O campo interfere  na ação.

As emoções presentes são sentidas no campo. O quanto as percebemos é muito importante para nossa organização emocional ( inteligência emocional).

E falando de ambientes emocionais, nós, se intencionais podemos criar ou alterar os ambientes  que desejamos. Por exemplo,  a intimidade com seu cônjuge é criada desde a forma como você acorda, ou seja o trato, até a troca de afeto, e a honra que você confere ao lugar que ele ocupa na sua vida,  sem isso provavelmente a qualidade dessa intimidade será afetada.

Uma briga, por exemplo, não acontece do nada. Com certeza, se pararmos para analisar vamos descobrir um ambiente de tensão,  desrespeito, incompreensão, julgamento, e/ou raiva, agressão, desvalor, etc anterior a briga propriamente dita.

Há lugares que gostamos, que nos sentimos bem, que nos sentimos parte, que nos identificamos. E há lugares que ao contrário, nos causa desconforto, estranheza, medo, sensação de inadequação e são desagradáveis mesmo. Alguns devemos entrar por necessidade, como missão, e isso é maturidade. Mas há outros que devemos nos abster por amor próprio. Mas há pessoas que se colocam em lugares que lhe fazem mal por opção mesmo. E aí, a pergunta que essas pessoas devem fazer a si mesmas é: por que estou fazendo isso repetidamente comigo? Por que estou me mal tratando? 

Um ambiente é capaz de nos mobilizar para o bem e para a harmonia, mas o contrário também existe.

Um ambiente agradável jamais é esquecido, mas o desagradável também não. 

Por exemplo: se você deseja receber pessoas queridas, íntimas que ambiente você pode criar, no que você vai investir para proporcionar isso?

Talvez um ambiente de confiança,  segurança,  afeto, carinho sejam muito importantes...

Se você vai instruir, ensinar, passar conhecimento, por  exemplo, que ambiente ( físico e emocional) você vai criar, para que o ensino seja transmitido?

Aqui, talvez, um ambiente mais estável, aberto, objetivo, sério...

E assim todos ambientes que entramos, vivemos, são formados.

O ambiente, a atmosfera que está no lugar em que você está interagindo interfere direta e indiretamente nas suas emoções e comportamentos, se não estiver atento.

As vezes você entra em um lugar, e as pessoas estão ali zombando uns dos outros, ou fazendo cobranças,  desonrando, e quando você vê já está fazendo o mesmo, ou seja, você foi influenciado pelo ambiente que já estava criado e nem se deu conta.

Os ambientes são subjetivos sim, mas são reais, existem.

É claro que nós podemos evitar alguns ambientes, e às vezes isso é muito necessário, mas também podemos neutralizar, ou transformar os ambientes em que precisamos ou queremos estar, viver, conviver, e a gratidão  e o encorajamento são bons pontos de partida para isso.

Se discernirmos o que sentimos no ambiente, tanto poderemos bloquear ações, como gerenciar reações.

Ao estar em um lugar, pergunte-se: que sensações são estas que estou sentindo?
Ou, que emoções estão aflorando aqui? Lide.

Um ambiente propício, agradável vai promover saúde, abertura, alegria, espontaneidade, verdade, crescimento, nutrição.

Para gerenciar bem seu emocional perceba os ambientes em que entra, e o que tem nele.

A consciência é a chave para você não ser controlado por suas emoções, mas dominá-las e extrair o melhor do seu meio social.

Ara Brandes
Psicóloga Clínica GT
Crp 01/16604

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#percebasuasensibilidade
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#mudeseusambientes 

9.4.19

O Progresso é o foco!

"Não que tenha alcançado, mas, uma coisa faço, deixando as coisas que prá trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo"... Fp 3.13-14

Foque no progresso, não no sucesso. O sucesso é o resultado final, só pode ser contemplado quando se chegou, e portanto não deve ser o foco de sua vida. Sucesso demanda continuidade e permanência. Para se chegar no sucesso deve se fazer progressos todo dia,  "avançarmos para as coisas que estão diante de nós".

Não se conforme, não pare achando que já está bom, mas tenha sempre uma visão de crescimento, de avanço, de progresso, e invista nisso. Esta  é a base do sucesso, da chegada.

O progresso é coisa de cada dia, é movimento, é crescimento diário, é não estagnação, é disciplina consciente.
A visão de progresso sempre nos leva a nos desafiarmos, a irmos além do que já chegamos. A buscarmos melhoria, excelência, expansão, e para isso é preciso humildade, empenho, diligência, abertura para o novo, e dedicação.

Muitos desejam tanto o sucesso em várias áreas de suas vidas, mas sem esforço, sem dedicação, sem empenho, sem perseverança sem disciplina, não vai acontecer. O sucesso é algo bom de se almejar, mas com os pés no chão.

Para mim sucesso se resume em chegada. Chegada no que foi projetado, planejado, investido, prometido por Deus, e não do que o mundo projetou, nem do que foi idealizado sem consistência alguma, sem amadurecimento, nem permanência, mas sucesso real é vitória, é conquista, é propósito.

Sucesso é algo para se ter em mente, e para nos movimentar ao progresso, mas não serve para medição de valor. Cada um tem seu tamanho  e seu espaço de crescimento, limite, chegue nele. Estique-se.

Quantos vivem se sentindo o pior dos piores porque começam a se medirem pelo metro do outro. Não validam seus progressos, não validam suas pequenas conquistas invisíveis aos outros.
Ei, saia disso! Fique feliz porque o outro lutou e chegou, mas também valide seu empenho e sua caminhada, você também vai chegar aonde você e Deus projetaram chegar. Acalme-se!

E principalmente movimente-se, progrida um pouquinho a cada dia, e celebre.

Assim, o mais importante e mais saudável é que você a cada dia, a cada palavra, a cada encontro com Deus, a cada  convívio com os outros você avance no amor, no respeito, na compreensão, na prâtica.

Avance nas relações nas quais precisa crescer, avance em relaçao aos seus medos, avance em relação a sua vida profissional, avance no amadurecimento de suas emoções, reações, avance no seu caráter, avance na sua disciplina com o corpo, alimentação (de acordo com os seus valores e com o que o Senhor tem guiado você), avance na sua vida espiritual, na sua relação com Deus, avance no serviço eclesiástico, seja excelente, avance no Reino. Dê respostas a tudo que está diante de você, o que não está, não deve ser alvo de sua preocupação.

Quem foca no sucesso, mas não investe no progresso, engana-se, e vai se frustrar. 

Se você não faz nada, nada vai acontecer. Deus trabalha em parceria. Movimente-se de acordo com o que Ele colocou à sua frente. Trabalhe melhor, lapide seu dom, seu talento, invista tempo, dinheiro, dedicação, entrega. Seja uma melhor pessoa, melhor servo, um melhor amigo, um melhor filho, melhor pai, mãe, melhor líder, melhor ministro a cada dia. Esteja sempre aberto para aprender.

O progresso mostra que não chegamos lá, mas também não estamos no ponto de partida, não retrocedemos (Pr Luciano Subirá). Agora, conformar-se, e achar que já alcançou, que já está bom quando não está, é parar, é estacionar. Sempre há área de crescimento, motive-se, mas nunca nunca se conforme. 

O que já está em suas mãos?
O que você pode fazer melhor ainda? Busque, faça. Se não está tendo resultados, revise, encare onde está falhando, e o que necessita para colher resultados duradouros, mude  e continue progredindo. Não ignore os sinais.
Buque fazer e ser o melhor que você pode a cada dia. Um tijolinho, talvez dois, três... um passinho, talvez 10 de cada vez, a cada dia, e você verá grandes progressos se materializando. Tenha fé. Mas "fé e obras" juntas, como lemos no livro de Tiago.

Portanto, foque no progresso não no sucesso. O sucesso é resultado de pequenos progressos permanentes, sustentáveis... é fruto de empenho e fé. Sucesso é brilho de um longo trabalho de lapidação e entrega. 


Aconselho você a ler o post abaixo também: nele também falo sobre o "deixar as coisas que para trás ficam".
Querido, sem deixar prá trás o passado não há como progredir, muito menos ter sucesso.

Não deixe de ler este tb: https://arabrandes-restaurando.blogspot.com/2013/08/saude-espiritual.html

No amor de Cristo Ara Brandes

1.4.19

Simplifique!


Não superdimensione seus problemas, nem seus sentimentos. Tristeza é tristeza, não depressão. Depressão é doença, e não frescura. Alegria é alegria, e não euforia. 
Doença é doença, e não óbito. 
Um problema é só um problema, não precisa virar uma crise, uma desestrutura.
Uma crise conjugal é só um oportunidade para ajustar melhor a relação, não é o fim. 
Frustração não é desamor, é capacitação que gera resiliência.
Uma opinião diferente é só um modo diverso do outro ver e pensar, não precisa virar uma rejeição, uma guerra, uma inimizade, uma paranóia.
Emoções boas ou ruins são só emoções, não são sua vida. Não torne tempestade o que não é.
Um dia mal é só um dia mal, não é para sempre. Encare com leveza e com o escudo da fé. 
Veja as coisas como elas são. Sempre busque redimensionar para o tamanho certo o que lhe acontece, o que você sente, o que você tem, o que você ouve e o que você interpreta. A oração, e a meditação da Palavra podem lhe ajudar muito nisso.

Quando tudo fica muito "grande", fica "muito difícil" , logo a autosabotagem é ativada, seu crescimento paralisa, as possibilidades somem, a fé adoece. E será que é tão "difícil mesmo? Será?

"Talvez sim, talvez não... enfim, foque no alto.

Tire o foco do problema, da dor, olhe ao seu redor, e perceba as lutas que todos tambem estão passando, você não é único no sofrimento,  outros sofrem, e até muito mais. Sabe, pensar assim lhe ajudará a vencer seus "monstros" e vê-los com outros olhos, com possibilidades.

Busque a dimensão concreta de sua vivência. 

Se é grande celebre o como grande, se é pequeno celebre-o na medida, tudo dentro do seu real valor. 

Tente lidar com as coisas como elas são, e você verá como tudo fica mais simples e possível

Viver a realidade é contato, é saúde, é progresso, é possibilidade, é verdade.

Deus te abençoe!

Por Ara Brandes

14.6.18

A CULPA!!!



Faz um tempinho que não escrevo, mas hoje resolvi trazer um conteúdo muito importante para a saúde espiritual e emocional- a culpa-. 
Ao longo dos anos tenho me deparado com esta demanda que adoece a tantos, e sempre que me deparo com ela me sensibilizo com este modo tão difícil de existir.

Meu objetivo aqui, é que você receba esperança, e uma luizinha no fim do túnel, ou de dentro desta prisão que você pode estar, mesmo sem consciência dela. Que esta, quem sabe, seja uma oportunidade da graça de Deus para você. Saiba de uma coisa meu querido (a): Ele te ama incondicionalmente, há perdão para você. há liberdade para você.

Vamos lá, queridos a culpa pode ser uma grande aliada se, e somente se ela for autêntica. Ou seja, deve vir de uma consciência interna de erro, é pessoal. Deve vir do seu relacionamento com o Espírito Santo, de um convencimento de seu pecado. Quando ela é vivida assim, sempre nos levará a resolução, arrependimento e renovo. Do contrário, a culpa, se torna um carrasco, um aliado de torturas mentais, um mecanismo de autopunição, que elimina a graça, o perdão, o recomeço, a saúde emocional e espiritual. Este tipo de culpa (falsa culpa) sempre lhe deixará no mesmo lugar, por que culpa não se resolve sentindo, remoendo, sentenciando-se à prisão perpétua, mas entregando-a para Deus, arrependendo-se do mal causado a você, ou ao próximo, tornando assim válido o sangue de Cristo para você, porque Ele já expiou todas elas no calvário.

Muitos escolhem viver culpados, pesados, consideram-se pior que os outros, consideram-se inalcançáveis pela obra redentora da cruz. Na maioria das vezes estão inconscientes no seu modo de existir e de lidar com as próprias falhas naturais do humano, carregam uma mensagem: "não posso errar", "tenho que ser perfeito se não não sou digno de amor", "serei rejeitado se falhar", e caminham debaixo de uma autoexigência nada misericórdiosa, buscando aí sim, o inalcançavel, a perfeição. E nesta trajetória mental vivem uma idealização nada saudável, nem realista, que não os permite receber o amor, o perdão sem nenhum tipo de mérito. Este modo de viver não os permite arriscar para crescer, e por mais antagônico que seja, os faz falhar ainda mais, frustrar-se ainda mais, sofrer ainda mais e sentem se sós ainda mais.

A culpa (real) é uma benção! Ela nos torna humanos, Deus colocou dentro de nós esse mecanismo  de limpeza espiritual, emocional, é dádiva de Deus, Se não sentíssemos culpa nunca nos arrependeríamos, nunca mudaríamos, nem avançariamos como seres humanos. A "falsa culpa", no entanto, não promove saúde, e nem bem estar, nem solução, ela coloca você dentro de uma prisão, e deixe eu lhe dizer algo: ninguém se desenvolve plenamente dentro de uma prisão perpétua, e essa culpa (falsa) é um viver nesse lugar, porque nunca existirá o autoperdão neste padrão, pense nisso!!!
Você não precisa viver assim. Se errou, se arrependa e siga, mude. Você é livre! É do humano errar, é de Deus o perdoar. Se você tem dificuldade em lidar com a culpa sozinho, busque ajuda, buque solução para modificar esse comportamento.
 A culpa (real), portanto, mostra a nossa capacidade de sentir, de nos sensibilizarmos conosco e com os outros, de sermos graciosos, misericordiosos.
Quem não lida com a culpa, no fundo acha-se incapaz de errar, e assim também não admite que o outro erre, ou seja, vive uma desumanização e põe todo mundo na  mesma prisão para "pagarem" pelo mal feito.

Se estou sendo bem enfática neste assunto é porque desejo, meu querido (a), que você seja totalmente livre dessas sentenças cruéis a que você se impõe. Deixe Deus ser Deus.

Vou exemplificar dois exemplos na Bíblia sobre a culpa: um foi Davi. O rei Davi errou feio, pecou prá valer, era um homem de Deus inquestionável, mas como homem, num momento pecou. A Bíblia diz no Sl 51, num ato de confissão depois de ter sido confrontado pelo profeta Natã que ele "reconhece sua culpa

v.3-4 "pois eu conheço minhas transgressões e o meu pecado está sempre diante de mim, pequei contra ti, e contra ti somente e fiz o que era mau perante os teu olhos"; em seguida no v.7 ele pede, "purifica-me com hissopo e ficarei limpo, lava-me e ficarei mais alvo que a neve, faze-e ouvir o júbilo de alegria para que exultem os ossos que esmagaste"...


O rei Davi conhecia a misiericórdia de Deus, conhecia seu amor de perto, e aceitava. Aceitava também que um erro por pior que fosse não poderia destruir um relacionamento construído em tanto amor, não podia lhe destruir para sempre. Davi aceitou a oportunidade da graça, do perdão.
Quando o profeta (o confronto) vai até ele, é a graça chegando para o libertar da conddenação, aleluia!!! E ele acolhe a graça, recebe a graça, e vê no confronto a oportunidade de redenção. Davi se arrepende e aceita o perdão, mesmo ciente da consequência do seu erro.

Mas em um outro exemplo, vemos a figura de alguém que não recebe a graça. Caim, G,4.3.4-7,8,10, 13,16 "E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante. E o Senhor disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar. E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou. E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. Então disse Caim ao Senhor: É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada. E saiu Caim de diante da face do Senhor, e habitou na terra de Node, do lado oriental do Éden. v.16. 

Na história de Caim vemos a graça chegando desde o principio. Quando Deus diz "porque andas irado"? Ali Deus já estava lhe dando a chance de ser conscientizado de seu pecado, motivação, de vivenciar a culpa e confessá-la, de se arrepender antes de um mal pior, mas Caim despreza a atenção de Deus a seu estado de vulnerabilidade, e mata o irmão, mata a sua culpa. 

O castigo vem pelo seu ato, mas ele em nenhum momento se arrepende, em nenhum momento confessa, mas se vitimiza diante do castigo de Deus, olha o que diz "é tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo" v.13 e no v.14 "eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de esconder-me; serei fugitivo"... ele sai da presença (v.16) do Senhor e vai viver como um fugitivo, ele escolhe rejeitar a graça, o perdão. Com isso, não quero dizer que você não viverá as consequências e castigo do seu erro e pecado, mas essa setença é só Deus quem dará, e não você. Você não é um bom juiz. O perdão remove a culpa, e libera você para prosseguir, para viver livre com Deus. Você não precisa ir para Node, você não precisa viver como um fugitivo. 

Caim poderia ter vivido o confronto,o amor de Deus, ter se reconhecido como pecador, e aceitado as consequências de seu ato cruel, mas escolhendo, ainda assim, viver com Deus, sem sair de sua presença, terrível escolha ele fez. Caim absorve a condenação sem manifestar nenhum resquício de culpa, faltou-lhe consciência de seu ato e também do tamanho da bondade de Deus, humildade. A única coisa grande que ele enxerga é o castigo, e nada mais. 

Queridos, a culpa real sempre nos levará a correr para perto de Deus, para a cruz. Sempre nos levará a perceber que precisamos dEle constantemente, e que é impossível sermos livres sem o seu perdão. Nenhum ato de autopunição, ou comportamento é capaz de livrá-lo do sentimento de condenação, ao contrário, ele reforça a sua busca de merecimento, de autoredenção pela punição. É a busca no autoflagelo de uma redenção que só a obra da cruz é capaz de dar. 


Judas (MT 27.3-4) também não lidou bem com a culpa, embora ele a reconheça ele não vê a alternativa do perdão, só da sentença, ele a sentiu, mas nada fez além de se condenar, mata-se para não lidar. 
Houve remorso, mas não houve arrependimento. 
Arrependimento é sinal de consciência, e de reconhecimento de que se é pecador e precisa-se de Deus para a salvação, e somente Deus. Não pode ser um ato humano. Ele escolhe se libertar da culpa sem a cruz. Não é possível.


Assim, amados (a), desejo de todo o meu coração que você veja a culpa, a culpa real, como uma benção, uma dádiva que lhe mostra a sua humanidade, a sua necessidade da cruz, e que portanto lhe aponta o Salvador.  A boa notícia é: há um Salvador. Há redenção! Há perdão! Há cura! Há libertação! ALELUIA! SÓ CREIA E RECEBA! 


Você é um pecador, assuma isso, você e eu precisamos de Deus, fato. Você não é vítima, seja consequente, lide com os seus atos de maneira saudável e siga livre.

Ao errar, pecar, o Espírito Santo irá lhe convencer do seu erro para que você seja livre, e não para que se condene. PLEASE! ENTENDA ISSO, E USUFRUA DESSA  BENÇÃO! AMÉM???

No amor de Cristo, Ara Brandes

12.8.15

Dor do Abandono

Resultado de imagem para ABANDONO


Como ver a vida para além da ferida emocional?

Dor que dói
Choro que não cessa de escorrer por dentro...
Será?
Será que mais uma vez vou doer, vou sentir, vou perder...
o Chão..
o ar..
o ser...
Será que mais uma vez vou viver um outro adeus...
Velado?
Rasgado?
Por que se vão?
Por que não posso viver o junto, o perto?
Dor que dói...
Choro que se aprisionou...
Desespero que bate...
Abandono é dor que não passa, é dor que acorda com o sol,
e não dorme com a noite...(de Ara Brandes)

Queridos essa é a dor de muitas pessoas. Uma dor que posso chamar de dor da orfandade, dor desestruturante, dor de não se ter para onde ir; de não se ter lugar seguro, amor seguro, e aceitação de se ser gente, pessoa.
São muitas as histórias dessa natureza, e independente de como o abandono aconteceu, o impacto dele na vida de uma pessoa não passa desapercebido, ele fere, ele dessensibiliza, ele transforma, ele amadurece e endurece.
O abandono carrega uma mensagem de rejeição, de desamor, de desvalor por quem somos e pertencemos.
Muitos sofreram o abandono na primeira infância por um dos pais, ou por ambos, intencionais ou não; outros viveram a perda de um dos entes queridos numa morte prematura, ou viveram o distanciamento, a ausência de um dos pais devido a um divórcio e novo casamento. E ainda, e bem atual, é o sofrimento causado pela orfandade de pais vivos, o que podemos chamar de "abandono afetivo", que não se trata aqui do termo jurídico, mas me utilizo dele para explicar que também existe esse tipo de abandono. Esse abandono se dá de várias formas, sendo uma delas a indiferença, o não cuidado, o desprezo, a falta de qualidade da presença, mesmo com pais ditos presentes, mas emocionalmente ausentes,  vive-se a ausência de afeto, de cuidados básicos, de suporte emocional, financeiro, entre outros. Aqui vale citar uma frase bem divulgada na mídia que sintetiza essa questão: "Amar é faculdade, cuidar é dever" ( Ministra Nancy Andrighi).
O abandono é uma dor muitas vezes revivida na vida adulta, no distanciamento inexplicável de um suposto amigo, ou na partida de um parceiro que se vai sem avisos, sem justificativas, sem porquês ditos.
Dimensionar tal dor é difícil, mas podemos identificá-la, pois é uma dor que está sempre ligada ao medo da perda de alguém estimado, e a uma frenética busca de garantias de afeto, e aceitação de si, nesse último costuma-se investir alto, chegando muitas vezes a uma autoagressão, tudo numa busca desenfreada por se obter o amor. Daqui, dessa ferida emocional, originam-se alguns comportamentos e defesas disfuncionais, adoecidas,  como a negação de si, carências, baixa auto estima, dependência emocional,vitimização, transtornos de personalidade  e etc.
E o pano de fundo de tudo isso, são necessidades vitais do indivíduo que foram relegadas, como segurança. afeto, respeito, valor, ser amado.
O abandono deixa suas cicatrizes, alguém que sofreu qualquer tipo de abandono, sempre estará em busca de um desses elementos faltantes, citados acima.
Toda vez que alguém, marcado por uma história de abandono se vê diante de algo que ameaça sua segurança, seu valor, automaticamente sua homeostase é abalada, e pode desencadear algum tipo de defesa, ajuste, ou até crises. Vale ressaltar que a crise é uma forma de regulação, nem sempre adequada ou funcional, mas sempre tem uma função, um sentido, no caso específico, pode ser visto como um grito por socorro, por amor, por colo, por segurança. É comum nas fantasias de viver um novo abandono o indivíduo  regredir, como que voltando à cena primária desse vivido, mesmo que inconsciente. Leia-se, contudo, que nem sempre se trata de um abandono real, mas essa é uma leitura do indivíduo sobre possíveis distanciamentos, limites, escolhas do outro, mudanças. Medos que giram em torno do imaginário, de gestaten abertas, e de abandonos nunca explicados. É nesse momento que cabe uma nova configuração, e resignificação dos eventos, percepcões, comportamentos, e das relações.
A grande diferença e talvez a mais importante na ajuda de alguém nessa situação é mostrar-lhe o seu presente, sua força. Conscientizá-lo de que aquela criança que um dia foi "abandonada" já não é mais aquela criança, ela ainda está ferida, mas cresceu, tem novos recursos, pode lutar, pode escolher, pode agregar novas pessoas, pode amar e ser amada, pode selecionar também àqueles com que deseja se relacionar. E é muito provável que no presente a história já tenha mudado, que o indivíduo já seja amado, e tenha pessoas que o amam ao seu lado por escolha. É possível que o cenário tenha se alterado, que tenha se tornado um guerreiro, um sobrevivente, um vencedor, contudo, só em terapia isso é apontado, diferenciado e reconstruído, e onde o indivíduo se empodera de si, da verdade do hoje, e de suas possibilidades.
Se você teve, ou ainda vivencia uma ferida de abandono, busque ajuda, permita-se uma nova chance de ser amado por outros, resignifique suas relações, preocupe-se em valorizar os que o amam, desapegue-se de quem não lhe valoriza, e siga em frente.
Seu valor meu querido transcende a sua história, você tem valor por quem você é, e como você é. Não se altere para ser aceito, nem amado, faça mudanças por você. E lembre-se sempre, Deus te ama incondicionalmente.

"Porque se meu pai e minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá". Sl 27.10

Por Ara Brandes




3.5.13

Alienação do humano!


Quero falar com vocês, hoje, sobre um adoecimento que tem acometidos muitos na Igreja do Senhor e fora dela também. A  alienação da nossa humanidade.
 Na Psicologia, em Gestalt Terapia, entendemos que uma patologia, instala-se ao longo de todo um processo de alienação. E nesse sentido, alienação significa: inibição do self em formação, da criatividade, do que é organísmico, e intrínseco do ser; das disposições naturais, peculiares a cada indivíduo. Alienação é o empobrecimento da existência e da espontaneidade, é o que se pode chamar de "contato"  pobre, perdido, inexistente (RIBEIRO,1997). A alienação é gradual e alguns instrumentos facilitam esse processo: mídias, redes sociais; relacionamentos tóxicos; consumismos, trabalho; e a religião em todas as suas variantes.
Aliena-se necessidades, sensações, desejos, espírito, alma, corpo e quando se percebe, eis um tempo perdido, eis aí uma patologia.
 Neste post quero falar da alienação do humano, na religião, na Igreja. Muitas vezes indaguei ao Senhor, perguntando o porquê de perceber no seio da Igreja tantas pessoas deprimidas, feridas de alma e em negação profunda de suas necessidades legítimas, por causa da "religiosidade". Como já compartilhei no post "Reconstruindo as ruínas", tive depressão há 9 anos atrás e só fui admiti-la quando já estava de cama, limítrofe, pois eu cria que só Deus poderia intervir, não precisava buscar ajuda profissional, era o que eu pensava. Achava inconcebível estar deprimida sendo serva de Deus. Parece absurdo hoje, mas compartilho isso porque sei que tem pessoas que podem ainda pensar dessa forma.
Na época entendia que para valer para mim, tinha que ser por via espiritual. Ledo engano!
Essa experiência foi valiosa porque foi a partir dela que comecei a aceitar minha humanidade. Foi nesse processo que comecei me dar conta de que não deixava de ser espiritual, nem de confiar em Deus, por estar com depressão, pois isso acontece com pessoas. Aceitar minha humanidade foi um caminho para crescimentos, mudanças. Tive que sair da negação e assumir minhas necessidades, aceitando minha força e minha fraqueza.
Queridos, podemos ser ajudados por todos os recursos disponíveis, e às vezes até concomitantemente.
Os consultórios de Psicologia estão cheios de cristãos buscando ajuda para o seu sofrimento, e graças a Deus pelo despertar dessa consciência. Deus tem levantado profissionais de saúde mental para abençoar também a sua Igreja e muitos já conseguem reconhecer que isso vem de Deus. Uma das respostas que entendi nas minhas conversas com Deus, foi que infelizmente a Igreja tem espiritualizado coisas que não são espiritualizáveis, como a psiquê. É preciso olhar o humano como um TODO.
Claro, como cristã, serva do Senhor, sei que Deus é poderoso para curar as feridas da alma, para "fazer mais do que pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós", mas também, considero de extrema importância lidarmos com as doenças da alma, com um olhar Psicológico, humano e não apenas espiritual. Isso é dom de Deus, gente!
Um outro ponto que entendi, sobre tal demanda na Igreja do Senhor, é que prega-se que "temos que", que precisamos "fazer assim, ou assado", sermos isso, ou aquilo, darmos conta de inúmeras atividades da igreja para provarmos a nossa fé, caso contrário é porque estamos desviados. Que jugo pesado! Gente,  "o jugo do Senhor é suave, o seu fardo é leve". Ser um "super" tudo, adoece, porque somos simplesmente, humanos. Não podemos  esquecer de que há um contexto e uma história de vida, por trás de cada um de nós. Há uma estrutura psicológica, que deve ser considerada, bem como, compatibilidades e potencialidades. Gente, o super não "pode" sofrer, ele sublima tudo, nega tudo, tem que estar sempre bem... e fica muito mal por isso.
Quando vemos nos evangelhos a história de Jesus, percebo o quanto Ele aceitava sua humanidade. Ele amava e se deixava ser amado. Jesus era sensível, sentia... A Bíblia diz que Jesus chorou na morte de Lázaro, suou gotas de sangue, tamanho foi seu sofrimento antes da cruz. Também gostava de conviver e de celebrar. Seu primeiro milagre foi numa festa de casamento! Jesus descansava sem culpa, mesmo em meio a uma tempestade, e quando precisava estar só, fazia-o. Respeitava sua própria necessidade. Irava-se quando algo afrontava o coração do Pai, não negava sua indignação, era objetivo. Jesus priorizava seu relacionamento com o Pai em todo o tempo, pois tinha um objetivo central que o movia, contudo, jamais negou sua humanidade, embora fosse Deus e foi rejeitado por isso também, mas não cedeu às pressões, assumiu o ser gente por amor de nós.
Vivemos os resquícios da maldita Teologia da prosperidade. Não se pode ter tristeza, não se pode sentir, chorar, expressar, ter um dia com humor variante, não se pode falhar, reagir, querer, discordar porque isso é fraqueza, é pecado, e quando alguém ousa dizer que não está bem, a crítica e o julgamento são severos e logo se constrói um entendimento de que é melhor calar, obedecer, entrar no molde da "religiosidade", do sistema para não sofrer pena maior e ser rotulado, disso ou daquilo, porque "crescer" ou reconhecer um estado de cuidado maior é aos olhos de muitos, uma determinação, um atestado de "incapacidade" para sempre. Falo isso de um modo geral, pois sei que tem igrejas que encaram com responsabilidade, seriedade e respeito o sofrimento de seus fiéis, sem preconceito.
Ah queridos, sou parte dessa Igreja também, sei do que estou falando, e me dói ver meus irmãos sem espaço, num lugar que deveria ser para os doentes de modo geral, um lugar que deveria ser seguro para o desabafo, o conselho, a ajuda, e o suporte nas crises existenciais também. Irmãos, uma Igreja sarada é uma Igreja forte, mas enquanto como Igreja negligenciarmos e não lidarmos com as nossas necessidades, e fraquezas, seremos uma Igreja fraca, adoecida, desvitalizada. O Senhor sempre quer nos levar a cura, e a "verdade que liberta", e infelizmente a negação não nos permite chegar a verdade, pois é um tipo de farsa aprisionante, assombrada e nutrida pelo medo do auto conhecimento.
A religiosidade, a ignorância, tem adoecido muitas pessoas na Igreja.
Agora, crente é gente, e assim como adoece o corpo, adoece também a mente. É certo que Deus tem propósito em tudo, e pode usar de uma "fraqueza", de um problema, para curar, e abençoar outros na mesma situação, "pois é com a mesma consolação que fomos consolados, que consolaremos". Suas cicatrizes, meu irmão (a) curarão a outros, creia.
É tempo de refletirmos sobre o que estamos fazendo com nosso corpo e alma. É tempo de enxergamos, junto com o Espírito Santo, que de fato, sentimos, queremos, pensamos, vivemos, "doemos", desejamos. É hora de quebrarmos esse preconceito gritante no seio da Igreja,  em relação a ajuda, pois esta, poderá vir de uma outra forma, que não só a espiritual. Jesus quer nos sarar, quer nos consolar, agora o como é de escolha dEle, Ele é soberano! E sinceramente, eu creio, que o Senhor não limita sua forma de agir, de abençoar seu povo, nós é que o fazemos, nós é que somos reducionistas em nossa percepção de Deus.
A Igreja pode ser, e deve ser um instrumento valioso no processo de ajuda, de recuperação de uma pessoa deprimida, ansiosa, mas precisa olhar para essa necessidade e demanda, com coragem, abrindo-se para outras possibilidades do agir de Deus, e a ajuda profissional  é uma delas.
 A alienação adoece e distorce a nossa imagem e semelhança de Deus, ficamos como deformados, vivendo de aparências.  Conheci pessoas que no começo da jornada, eram  tão cheias de energia, vivas, corajosas, cheias de espontaneidade, autenticidade, de personalidades marcantes, e que no processo dessa caminhada, sucumbiram  alienaram-se pelo medo da crítica e foram se tornando uma "imagem" desejada pelo outro, pela religião, só não a Imagem de Deus. Essa negação adoece, deprime, e desencadeia transtornos. Os quadros e crises tendem a se agravar quando se demora a aceitar a ajuda além do espiritual.
Ser cristãos não nos imuniza das doenças psíquicas. Podemos adoecer, falhar, como todo mundo, mas temos a garantia, não de cura, mas de um Deus perto, o Emanuel, o Deus está conosco em todos os momentos. Devemos prosseguir, e  contar com ajuda que o Pai enviar. E sabe o que pode acontecer? Podemos nos surpreender com a melhora, porque a ajuda pode ser eficaz, como foi comigo. E tudo que é bom volta para Deus, porque tudo vem dele mesmo. 
Tive uma experiência no consultório que me indignou bastante. Resguardadas as fontes, certo paciente adolescente brilhante, criativo, comprometido com sua Igreja, com Deus, mas que não obstante tudo isso entrou em depressão. Chegou com esse quadro, um humor muito oscilante, em crise severa, e veio para avaliação e acompanhamento. Nunca tinha buscado esse tipo de ajuda, embora desde pré adolescente já tivesse crises, acessos de raiva, fúria,  machucava-se fisicamente, enfim... Bem, fiz a avaliação dele e percebi a gravidade do caso. Comuniquei a mãe  que o paciente precisava de acompanhamento sério. A mãe cristã, o paciente também. Bem, o contrato foi feito. Duas semanas depois a mãe falta a sessão e avisa que não iria mais precisar porque o líder espiritual orou com o jovem e lhe disse que o paciente não precisava de Psicólogo, ele precisava era sair de casa. Confesso que senti certa indignação naquele momento, mas segurei. Ora o paciente precisava sair sim, viver, mas como, se não estava conseguindo? Ele precisava de ajuda para sair do quadro depressivo primeiramente. Então, por mais que o líder espiritual quisesse ajudá-lo não conseguiu, pois não era tão simples assim.
Queridos, uma pessoa deprimida não consegue sair desse estado, dependendo do nível de depressão que esteja, só porque é o certo a fazer. Não funciona assim!
-Bem, disse ok para mãe, mas fiz as ressalvas quanto ao quadro que observei e pedi que repensasse. Nesse momento, como profissionais, ficamos impotentes, pois não podemos escolher pelos nossos pacientes, não podemos desejar por eles.
Bem, logo na outra semana, a mãe me ligou chorando, desesperada, dizendo que o paciente, seu filho, estava muito mal. Tinha chamado alguns irmãos desconhecidos para orarem por ele (que fique claro que o problema não foi a oração, mas o ter negado a ajuda profissional) e segundo relato do próprio paciente, logo em seguida teve a pior das crises. Piorou muito, não comia, não saía de casa, tinha crises de raiva, além de ter sido muito exposto, sem consentimento... Assim a mãe resolveu trazer o filho de volta ao atendimento. Começamos o trabalho, e o quadro estava se estabilizando, quando a mãe novamente ansiosa para ver o filho bem, resolveu repetir o mesmo equívoco, sem o consetimento do envolvido. Depois desse episódio orientei a mãe que esperasse uma melhora do quadro psicológico primeiro, antes de outra exposição espiritual.
Queridos, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. Nem sempre está tudo alinhado, precisamos de sabedoria e discernimento.
Hoje esse paciente está estabilizado, saindo da depressão, desejando viver, com energia, sonhos, aceitando seu processo na terapia, sem medo de sair de casa, resignificando sua fé. A experiência ruim ficou para trás, mas gerou traumas. Há tempo para tudo e lugar para tudo. Sei que a mãe estava bem intencionada, mas apostava tudo apenas no espiritual, e há momentos que Deus quer usar profissionais, e isso também é bom. E por que é tão difícil aceitar isso no corpo de Cristo, porque tal negação, como se isso desqualificasse o agir de Deus. Deus tá nisso também!
Vemos na Bíblia e nos relatos bíblicos que um princípio elementar para a cura divina era o reconhecimento do enfermo de que precisava de ajuda. Jesus esperava que voluntariamente mostrassem suas necessidades. Jesus não está fisicamente conosco, hoje, mas age pelo seu Espírito, por meio da Igreja, de pessoas, de profissionais. Em Tiago 5.16 "confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes sarados"... É bíblico, é um princípio que deve ser observado. As pessoas buscavam ajuda, expunham-se, mesmo diante de uma multidão porque queriam sarar. Contudo, devo dizer que eram poucos os corajosos naquela época. E hoje, também! As pessoas escondem até de Deus que adoecem, que precisam de cuidados. Agora, digam-me: não foi assim com a mulher hemorrágica? Com o cego de Jericó? Com o homem da mão ressequida? Com Davi, Paulo, Pedro etc. todos mostravam onde doía, onde eram fracos, e buscavam ajuda, reconheciam que sozinhos não conseguiriam superar, avançar, melhorar?
Vejam: aonde o poder de Deus se aperfeiçoa? Na fraqueza! Então significa que podemos mostrá-las, expressá-las para pessoas de confiança. Irmãos, "o Senhor conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó", vasos de barro, mesmo. Ele não espera perfeitos, espera que sejamos humildes, que reconheçamos nossas carências e contemos com sua graça, e ela pode se apresentar de várias maneiras, até numa ajuda Psicológica, Psiquiátrica, por que não?

Continua...
Oro para que isso sirva de encorajamento, para você, que lê este post. Decida se ajudar. Saia do conformismo, da alienação de si e você verá o poder de Deus se aperfeiçoando e viverá mais saudável e mais satisfeito na caminhada com Deus.
No amor de Cristo, Ara Brandes
Leia tb http://www.arabrandes-restaurando.blogspot.com.br/2011/11/o-desafio-do-contato.html

No próximo post falarei sobre a depressão na perspectiva bíblica.

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