Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos exércitos! A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo! O pardal encontrou casa e a andorinha, ninho para si onde acolha os seus filhotes, eu os teus altares, Senhor dos exércitos, Rei meu e Deus meu! Salmos 84.1:3

Esse Salmo retrata o saudosismo do salmista pela casa de Deus. Por algum motivo, segundo alguns estudiosos, os filhos de corá, ou coré, foram privados de subir à Jerusálem é então que nasce esse salmo.
Queridos, não sei se você já passou alguma privação, mas é comum que quem já passou tente compensar esses momentos quando vem a liberação. Um exemplo bem atual são as dietas. Quando nos privamos de algum alimento por muito tempo, sem equilíbrio, tendemos a quebrar e não manter a dieta, pois a privação causa desequilíbrio emocional e pode ser um gatilho para o desespero e a compulsão alimentar. No caso do salmista o estar impedido de estar no tabernáculo, causou-lhe um forte anseio por Deus.
É no momento de privação que damos maior valor as coisas que tínhamos a nossa disposição. Tudo ganha um novo significado depois da experiência da falta. A privação é um excelente filtro para apurar e clarear a percepção das coisas ao nosso redor.
É natural, então, que o salmista estivesse passando pela dor da perda desse lugar que tinha com Deus, dessa privação de subir ao templo, pois o templo simbolizava essa proximidade. Lembrar das experiências, dos louvores, da comunhão devia gerar um conflito interno, pois ao mesmo tempo que relembra sua história com Deus, vê seu estado atual de distanciamento físico do lugar de culto. O Salmo é um apelo a misericórdia de Deus, pois estar longe dos átrios, significava de alguma forma, estar longe de Deus.
O salmista descreve seu amor pelo lugar de culto, pela congregação dos santos - o lugar da manifestação do Senhor. Nesse tempo bíblico, Deus se manifestava em lugares específicos, pois ainda não tinha vindo Jesus, e portanto o Espírito Santo não podia habitar nos corações. O tabernáculo então era esse lugar onde o povo se reunia para estar com Deus, para atrair a sua presença e ter comunhão, e por isso o salmista revela o quanto àquele lugar era especial para ele.
Acredito que nesse tempo em que estava sem acesso ao templo, Deus tratou o coração do salmista, foi nesse tempo talvez que ele entendeu o quanto Deus era importante para Ele. Ali foi gerado um desejo tão intenso e tão profundo por Deus, que o salmista diz: " A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor"! Não se tratava mas de um ato religioso, de ir ao tabernáculo, mas um ato de amor, um relacionamento com o Deus vivo. Olhe em seguida o que diz o texto: "o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo"! Aleluia!!! Aqui vejo uma espiritualidade saudável, algo vindo de um coração amoroso, espontâneo, voluntário, curado. Percebam que não apenas a alma desejava por Deus, mas a carne também. A dor da ausência de Deus era tanta, que até a carne ansiava, e exultava por Deus. Que valor agora a presença de Deus tinha ganhado no coração desse homem. Que nível de relacionamento foi construído nesta privação!!! A carne gosta do pecado, mas a do salmista anelou pelos átrios. A carne foi tratada, submetida a um desejo maior - Deus.
Algumas vezes já senti o meu Senhor longe, distante... é certo que Ele nunca se afasta, nós é que o afastamos, mas as poucas vezes que senti isso, foi simplesmente aterrador, desesperador. Como o salmista eu corri, para Ele, eu o busquei em angústia porque o vazio da presença de Deus é insuportável para mim. Lendo esse salmo entendi o desespero do salmista, ou dos filhos de corá, enfim, não se tem ao certo quem foi o autor, mas quem escreveu esse salmo estava em angústia pela distância de Deus, e lhe faz essa linda declaração.
O tabernáculo era para o salmista como a sua casa, sua morada. Ele entendeu que ali era seu lugar. Ali e só ali se sentia acolhido e amado. Ele chamou o tabernáculo de lar, o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, e seus filhotes, e eu encontrei os teus altares Senhor do Exércitos.
A palavra "encontrar", no texto me chama a atenção. Ele disse que encontrou os altares, o que significa que ele o buscou, que ele se empenhou por achá-lo, empenhou-se para estar na presença de Deus, não foi ao acaso, como no comparativo que fez com o "pardal" também não. O pardal sai à procura do que precisa até achar, conforme a necessidade de alimento e pouso, assim também o salmista, ele busca, e procura seu lugar de habitação, de refúgio, de satisfação, e de alimento até encontrar, e creio que é depois dessa vivência que ele resignifica esse lugar. O interessante é que ele não encontrou isso na sua casa, nem na sua família, nem no trabalho, mas no tabernáculo, esse era o seu lugar de pouso, de satisfação.
A distância de Deus é um abismo. Uma vez que nos tornamos filhos de Deus, não há como vivermos bem longe dele. Não há como estar longe dos braços do Pai, da sua casa, do seu cuidado, disciplina, e do seu amor e estarmos felizes. Precisamos desse pouso, desse renovo, e só em seus átrios há morada segura.
Hoje o Espírito santo faz morada dentro de nós, somos o seu tabernáculo, Ele habita nesse tabernáculo que somos nós, Ele não habita mais num templo feito por mãos humanas, mas num templo espiritual que ele mesmo construiu, eu, e você. Oh glória! Estamos debaixo dessa dispensação, então podemos encontrar Deus em todo o tempo, se o buscarmos. Contudo, quando nos reunimos como corpo, como igreja, juntamos os nossos tabernáculosinhos, e um grande tabernáculo espiritual é formado na unidade, e Ele se apresenta no seio da Igreja trazendo uma manifestação, não individual, mas coletiva segundo as necessidades do corpo e do reino de Deus. Aleluia!!!
Eu amo a presença de Deus, mais do que tudo na minha vida. Não há nada que eu queira mais, deseje mais, do que a sua presença. Ele é o meu Deus, o meu Senhor, o meu Amado. Ele já deu tudo!!! Tudo o que dou para Ele é pouco, perto do que fez e faz por mim.
Quero declarar como o salmista: "A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo".
Quero declarar como o salmista: "A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo".
E você? O que sua alma e a sua carne tem desejado?
Vá ao lugar de culto, busque a sua presença agora mesmo, Deus está perto de você. Se não consegue sozinho, suba à "Jerusalém", vá a uma Igreja cristã mais próxima, e abra seu coração para Jesus, renda-se a Ele, pois Ele te ama e quer fazer morada em seu coração. E se você já o tem como Senhor e Salvador, mas está longe dos seus átrios, de sua presença, acenda a chama, encontre outros irmãos e juntos busquem a Deus, adorem-no, pois Ele é o único que pode preencher a sua vida hoje mesmo e ter paz, morada, e alimento para a sua alma. Ele é a fonte!!!
Tem uma música antiga que gostava de cantar com meus primos, que diz assim:
A vida sem Jesus é tão vazia
Com Ele a escuridão se torna em dia, pois o seu nome é santo tem poder prá libertar,
Por isso então, posso cantar...
Glórias ao Pai, ao Filho e ao Espírito santo de Deus, glória ao Pai, por tudo de bom que me aconteceu"...
Sem Jesus, meus irmãos, a vida é vazia de sentido e significado. Um abraço grande!
No amor de Cristo, Ara Brandes
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