Idealização de libertação
"Toda a comunidade de Israel partiu de Elim e chegou ao deserto de Sim, que fica entre Elim e o Sinai. Foi no décimo quinto dia do segundo mês, depois que saíram do Egito. No deserto, toda a comunidade de Israel reclamou a Moisés e Arão.
Disseram-lhes os israelitas: Quem dera a mão do Senhor tivesse nos matado no Egito! Lá nos sentávamos ao redor das panelas de carne e comíamos pão à vontade, mas vocês nos trouxeram a este deserto para fazer morrer de fome toda esta multidão!" Ex 16.1'3
Quero falar um pouco hoje sobre como somos bons em idealizar os feitos de Deus em nossas vidas.
Aqui no texto nos deparamos exatamente com a frustração do povo depois de passarem por uma libertação incrível. Contudo ao se depararem com a realidade do deserto, da dor, reclamam.
Nós muitas vezes idealizamos a travessia para a promessa, idealizamos a nossa libertação e então pecamos.
Deus libertou o povo da escravidão. Geograficamente eles estavam livres, o mar vermelho os havia separado de um possível retorno, e recaída ao Egito, no entanto, o coração deles havia se acostumado a vida de escravidão, o Egito estava encrustado em suas mentes.
O escravo só tem uma opção, obedecer ao seu Senhor. Ele não tem autonomia de sua vida, não tem direito de opinião, não tem vontade própria, e não é responsabilizado por sua vida, porque Faraó ( alguém) lhe governa.
De certa forma isto é confortável, qualquer coisa que lhe aconteça não é sua culpa, é culpa de Faraó.
O povo agora tinha um libertador, Deus, que através de Moisés se manifestava a eles. E todo comportamento de escravo é transferido para a figura de Moisés. Ou seja: - Moisés, resolva o nosso problema. Ora, eles haviam orado e suplicado quatrocentos anos por uma libertação, e quando esta chega, em vez de serem parceiros na ação de Deus, no processo que os levaria a Canaã, jogam TODA a responsabilidade e cobrança no líder, e em Deus. Se eximem de participar.
E aqui vemos que todo o problema está na mentalidade. Tinham uma mentalidade formada por uma cultura de escravidão.
Depois do Egito há um longo processo de purificação, desconstrução. O deserto é esta escola de treinamento, pois uma cultura internalizada, demanda tempo e obediência a Deus para ser removida.
Como o povo de Israel muitas vezes idealizamos que a libertação só tem um nível, e que uma vez tirados do Egito tudo será apenas maravilhas, caminhos retos, sem nenhum problema. E minimizamos os danos da vivência no império das trevas de onde fomos tirados. E só lembramos "a parte boa, as comidas do Egito". E o reino, não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo ".
Logo as lembranças do povo eram puro autoengano e cheias de ilusão de uma vida abundante. Acreditavam que só existia um nível de libertação e que depois disso tuuuudo estaria resolvido.
Ei, a saída do Egito, do domínio de Faraó, ser retirado do ambiente opressor é só o primeiro estágio da caminhada da fé.
O povo pensava, agora que saimos do Egito tudo estará pleno.
Deixe eu lhe dizer: Não, nao é assim, a libertação tem vários níveis: do espírito, da alma e do corpo e seus desdobramentos. A promessa de vida plena não era para o deserto, mas para Canaã, e até Canaã há muito a ser tirado de nós, há muitas cadeias mentais a serem quebradas, caráter a ser formado, e muitas concepções equivocadas, enganosas sobre Deus e seu reino que precisam sair e dar lugar a verdade.
Depois do Egito responsabilize-se por se submeter ao ensino, seja grato porque você está indo para Canaã, e ainda tem a companhia do seu povo. Tem uma autonomia sendo construída, tem comunhão, liderança, provisão, portanto, participe do processo com intencionalidade, e leveza, pois você pertence a um Deus e a um povo.
O Deus de Moisés também quer se revelar a você, mas a reclamação pode lhe distanciar do extraordinário na jornada, que é conhecer a Deus e a si mesmo.
Deserto é deserto. É difícil, mas não é mais o Egito, lembre-se disso, aproveite seu percurso para ser limpo, receber a mentalidade do reino e entrar em Canaã a altura do que seu Rei merece.
É preciso deixar para trás:
1. a murmuração/ingratidão,
2. a idealização,
3. a meninice,
4. as cobranças,
5. O pessimismo
6. A incredulidade
7. a dependência de pessoas,
8. e a irresponsabilidade por sua comunhão com Deus. Etc;.
Por Ara Brandes
#arabrandes
#sejagrato
#naoidealize
#enfrenteosprocessos
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