8.11.16

LIBERTE-SE DO OPRESSOR DENTRO DE VC! "EU TENHO QUE".

SOMOS MARTAS/MARIAS, MARIAS/MARTAS

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“Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor ao ouvir-lhes os ensinamentos. Marta agitava-se de um lado para o outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”. Lc 10.38-42

Queridos, hoje a palavra que pulsa em meu coração, inspirada pelo Espírito Santo, é baseada nesse texto acima. 
Falarei sobre estes dois perfis encontrados no texto bíblico, os quais considero relevantes  dentro do reino de Deus. Minha atenção, contudo, será sobre Marta.
O reino precisa de Martas. Contudo, de Martas restauradas pela presença do Senhor. De Martas libertas, que vivam a liberdade conquistada por Cristo na cruz (Gl 5.1), "Martas" que reaprendam a usar seus dons, e o seu serviço de forma saudável. Martas que percebam que podem ser amadas e cuidadas por Deus e pelas pessoas.
Mas o reino de Deus, também, precisa de Marias, de pessoas que amam o Senhor de todo o coração, e que consideram essencial para suas vidas conhecê-lo de perto, que tem um coração grato pelo que Ele fez em sua vidas e por isso não resistem os seus pés.
No reino não existe acepção de pessoas. Ninguém é melhor que ninguém, mas alguns sabem fazer, até pelos seus próprios perfis e histórias de vida, escolhas mais saudáveis para viverem a vida, a fé.
Talvez alguns de nós sejamos Martas, outros Marias, outros, um pouco das duas. O importante é que dentro de nossa identidade e posição no Reino de Deus estejamos satisfeitos, ajustados, felizes em ser o que somos, e em fazer o que fomos chamados para fazer. Assim, quero me dedicar, mais uma vez, nesse olhar, à figura de MARTA que aqui não significa a figura feminina, mas representa um tipo de perfil e de servo no reino de Deus. E quero começar dizendo que nossa querida Marta, parecia conviver com um opressor dentro de si,  opressor que chamo aqui de o "eu tenho que". E porque ela vivia assim, também queria que todos ao seu redor vivessem, mesmo que não fosse consciente sua atitude.
Ao lermos os textos acima, identificamos alguns problemas evidenciados pelo comportamento de Marta, contrapondo-se com o de Maria. É certo que Marta tinha um relacionamento com Jesus. Era um relacionamento diferente do de Maria, sem dúvida, até aí nenhum problema, não é? O problema está quando Marta demonstra sua falta de paz, sua inquietação, sua inveja de Maria, sua excessiva ocupação, preocupação, e seu controle até com Jesus.( V.40). E Jesus a partir da indagação opressiva de Marta, a confronta, e expõe os enganos de seu coração, de seu andar, e de sua prática de fé (v.41,42). Ele diz: “Andas inquieta, e te preocupas com muitas coisas”. Marta não parava nem com a presença do Mestre em sua própria casa, um comportamento bem tipico de quem tem um estilo de vida mais ativista. 
Marta era uma trabalhadora, mas sua inquietude revelava seu excesso. Observo em “Martas”, de maneira geral, uma necessidade de se manterem ocupadas, elas sentem que precisam fazer, e fazer porque "tem que "fazer" e isso as oprime e se estende aos outros.
Quero colocar aqui que entendo que o ativismo tão presente na vida de Marta não a fazia feliz. O ativismo é muito diferente de produtividade. O ativismo mantem as pessoas em movimento, buscando muitas coisas, só não se sabe o porquê de tantas coisas, no fundo não há um sentido real para quem o pratica. É um acúmulo de ações sem quase nenhuma realização, ou satisfação em Deus. Diferentemente a produtividade, ou a frutificação, tem um sentido, há uma consciência ativa, um retorno almejado e lúcido do que se faz, há qualidade e foco e por isso, há paz, como vemos no relato sobre Maria. No relato de Marta, ao contrário, vemos uma busca de quantidade de ações, vemos cansaço, inquietude, ansiedade, ausência de foco, solidão.
 Quem dá conta de acompanhar “Martas”? Marta, dentro do texto, pergunta a Jesus se Ele não se incomodava com a sua solidão no serviço.  “Não te importas de que minha irmã tenha me deixado a servir sozinha?” Mas, foi uma escolha dela, não de Maria estar naquela agitação, portanto, a responsabilidade de dar conta, também deveria ser dela. Quem é como Marta aprendeu a viver assim, e tende a projetar, a esperar que outro seja e viva do mesmo jeito, é pesado. Se você se identifica de alguma forma, fique atento, não delegue ao outro uma responsabilidade que é sua, que advém de sua forma de ser, pois isso é muito opressor, pesado, e abusivo também. Sabe o que acho interessante? Maria não se defende, não fala nada. Sabe por quê? Porque ela escolheu a boa parte, então Jesus a justifica, Jesus a defende, Ela tem tudo o que Ele tem. “Martas” também podem ter, mas precisarão enxergar isso para desfrutarem de Jesus.
Queridos, “Martas” podem ser felizes sendo quem são no reino. Jesus ama as Martas, mas Ele tem uma obra de libertação profunda em sua alma primeiro. Amém?
Lendo o texto, me vieram essas perguntas:
Será que Marta realmente queria fazer o que estava fazendo?
Bem se pensarmos que quando fazemos o que queremos de fato sentimos  bem estar, harmonia, gratidão, alegria, então nossa resposta é, não.

 Por que Marta fazia então?

Parece que  Ela fazia por uma pressão do “fazer para”, pelo medo do julgamento de Deus, das pessoas, talvez porque tivesse dentro de si um grande“TENHO QUE. O tenho que mostra introjeções de obrigações, de regras, de leis que ela assimilou, mas sem entendimento, não parece que estava em harmonia com isso. Pelo seu comportamento parece fazer algo sem sentido para ela, pelo menos até aquele encontro.  Fazia-o porque apreendeu e aprendeu que tinha que ser assim. Suas ações provinham de uma motivação muito castradora, muita rígida provavelmente, e não de uma experiência com Jesus, com a vida. queridos, a experiência tem o poder de trazer vida e entendimento sobre as nossas ações. Seu fazer era sem entendimento, era robotizado, repetido, sem a consciência de escolha, de liberdade. Quando dizemos que “temos que”, o que entendemos é que há uma pressão interna, melhor dizendo uma opressão interna, primeiramente de que tem que ser feito, mesmo que isso não seja verbalizado por ninguém, nem por Deus, há uma obrigação subtendida, aprisionante.
Bem, queridos, aqui o Senhor me mostrou uma coisa que achei tremenda, “Martas” precisam de libertação da funcionalidade, da prática da fé e do orgulho. Este é um outro nível de libertação. Marta, “agitava de um lado para o outro”, e por quê? Porque seu serviço demonstrava o seu valor para ela, era o que tinha para oferecer, era seu jeito de amar, de chamar a atenção para si. Ela "precisava" mostrar a Jesus  como ela era importante, e como estava ocupada, enquanto sua irmã só ali, preguiçosa, parada, sem fazer nada, não é (Inferências minhas)?
Marta se inquietava com o existir de “Maria”, com a despreocupação de Maria, e também se incomodava com Jesus. No texto vemos ela ordenando a Jesus. Ela tenta mandar em Jesus! Sim, Martas querem controlar tudo e todos, mesmo sem perceberem. Entendo que não eram ações conscientes, mas que se manifestavam em seu comportamento muito claramente. Martas não libertas, são líderes autoritárias e sabemos que por trás de todo autoritarismo existe uma baixa auto estima, e uma grande insegurança. Marta, segundo o texto, tinha todo um jeito de fazer as coisas, de existir, claro, jamais poderia ser Maria, e não acredito que Jesus queria transformar “Marta” em “Maria”, mas Jesus queria conscientizá-la de seu estilo de vida, de suas prisões, pois ela já não precisava mais viver assim, porque Ele estava ali.
Jesus respeita nossa identidade, nosso jeito de ser, a nossa estrutura. Contudo, o Senhor sabe também, que “Martas” sofrem, se esgotam, se sobrecarregam, se oprimem e oprimem os outros porque escolheram uma parte não tão boa para viverem. Um estilo de vida que adoece, sem dúvida. Daí vemos focos de ansiedade, de amargura, de inveja, incompreensão. É opressivo viver pelo “querer” de um outro. E sinalizo isto, porque Marta não estava fazendo algo genuíno dela, se o fosse estaria feliz, e em paz. Mas vejo uma internalização de coisas tóxicas, uma fé contaminada, rígida, e sem entendimento. Um padrão proveniente, provavelmente da infância. 
Viver um padrão auto exigente, idealizado é angustiante. Martas se ocupam, precisam se ocupar, acreditam que se não  fizerem assim não terão valor. "Martas", temem o vazio, este pode ser assustador, assim como o silêncio pode ser assombroso! Martas não libertas só param quando Deus intervém. Ele faz isso para que conheçam e se deparem com suas necessidades reais, com seus problemas reais. 
Jesus quer tratar com as “Martas”, Jesus quer ajudá-las a terem um relacionamento com Ele, sem o serviço, sem o ativismo como ponte. “Martas” se relacionam pelo serviço, numa busca esgotante busca de aprovação e valor. E reforçando mais uma vez: quase nunca esses comportamentos estão no nível da consciência e por isso há a repetição. Jesus quer trazer a verdade que liberta para as Martas, como se dissesse: Marta! Marta! Amo você porque escolhi amar, não por seu serviço, performance, nada disso foi critério meu para te amar, te aceitar, e  ser seu amigo... "vós não me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vós para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça”... Jo 15.16.
O estilo de vida de Marta, não produzia frutos, vida, mas, confusão, cansaço, superficialidade. Jesus naquele encontro lhe chama à atenção, desperta a sua consciência para o que estava fazendo a si mesma, e como poderia mudar. Percebam a fala de Jesus, Ele lhe dá um caminho de mudança de mente, de metanóia, de metamorfose: “Marta! Marta! Por que andas inquieta? Pouco é necessário, ou talvez uma coisa só”! Que tremendo! Que chave!!! Como se dissesse, saia do ativismo, conheça-me. Ao invés de fazer muitas coisas, foque no essencial, no seu propósito. Gaste sua energia não buscando aprovação pelo serviço, mas dando fruto de quem você é em Deus. É só isso. Lindo demais!!!
 “Martas” precisam de transformação, de ajustamento, de uma funcionalidade saudável, harmônica.
Queridos, o Senhor quer usar a capacidade das muitas “Martas” no reino; sua pró-atividade, sua força, sua capacidade de inciativa, de liderança, sua energia, disposição, sua competência, capacidade de execução, seu senso de responsabilidade, sua hospitalidade, sua inteligência etc; mas há algo que Ele pede de Marta para fazê-la instrumento em suas mãos: sua disponibilidade para Ele, seu tempo, sua presença inteira. Martas parem! Martas aquietem-se! Martas escutem! Sem isso, sem mudanças.
Leiam o que Jesus respondeu a Marta depois dela lhe ordenar (v.40 e 42): (...) “Maria escolheu a mehor parte”. Essa resposta de Jesus nos leva a pensar que existia uma outra parte que não era “tão melhor”, se não era boa, era o quê? Quando Deus criou  o mundo, o homem, Ele contemplou e atestou sua qualidade dizendo “é bom”. Em Gênesis diz, que depois que Deus terminava tudo, falava que era bom. "E viu Deus que era bom”. E no texto em que estamos meditando, vemos Jesus falando a Marta algo parecido, Ele diz a Marta, “Maria escolheu a melhor parte e ninguém poderá tirar isso dela”. O que Maria escolhera teve o selo de qualidade do Reino "era bom". Tinha fruto, resultados, vida. Estava aprovada a sua escolha, a de Marta ainda não. O fato de Jesus nos amar, não significa que Ele aprove tudo que fazemos, nem o como fazemos. O Senhor nos ama como somos, mas reprova condutas que nos prejudiquem. Por nos amar quer que escolhamos a melhor parte no reino. 
Que melhor parte foi essa que Maria escolheu?
Maria escolheu conhecer, relacionar-se com Jesus, aprender diretamente dEle. Ela escolheu confiar e desfrutar de Jesus, escolheu confiar, agradecer, e isso, segundo as palavras do próprio Jesus, era, e é, a coisa mais importante e necessária para se viver uma fé saudável (v42).
Sem dúvida, queridos, o reino de Deus precisa de Martas alinhadas, curadas, frutíferas. O reino de Deus também precisa de “Marias”. Não há como Deus não usá-las no Reino, não há como ficar sem as que se derramam, se gastam na presença para conhecê-lo e assim revelá-lo como Ele é aos outros. Marias já escolheram a melhor parte. No reino de Deus ambas representam tipos de servos que o Senhor precisa para trazer o seu governo, o seu reino e fazer frutificar a sua vontade.
Martas escolham fazer porque lhes é próprio, porque desejam, e não por obrigação. A obrigação pode até existir, mas será por uma escolha entendida, vívida, e de amor. Vocês podem escolher a boa parte, contudo, há uma jornada de cura, de confronto com a Palavra, de desconstrução e nova edificação para chegarem lá.
Uma “Marta” restaurada é um instrumento poderoso nas mãos de Deus. Precisamos dessas Martas. Não se rejeite por ser Marta, pelo contrário, redescubra-se, encontre sua força e entregue sua fraqueza ao Senhor, Martas são preciosas para Deus.
Procure focar em sua libertação. Só o Senhor e sua palavra tem o poder para libertá-lo (a) desse estilo de vida, desse funcionamento ativista, do orgulho, e dessa prática de fé contaminada, opressiva. 
EM VEZ DE VIVER  pelo TENHO QUE", viva por "QUERER", viva porque VOCÊ "ESCOLHEU", porque VOCÊ "PRECISA" DO QUE É BOM. Você é livre!

Ore agora mesmo:

Senhor, me coloco diante de Ti, rendida, humilhada, convencida (o) pelo teu Espírito Santo de que este estilo de vida não glorifica o teu nome, nem me realiza. Tenho andado inquieta (o), agitada (o), preocupada (o) e buscando muitas coisas. Sinto inveja dos que conseguem ser felizes, dos que tem paz, e me arrependo disso nesta hora. Vivi muito tempo buscando a aprovação dos homens e de Ti, aprovação pelo tanto de coisas que escolhi fazer, e não por te amar, e te servir com todo o meu coração realmente. Ah Senhor, eu me arrependo de viver na ansiedade, de andar no orgulho, de me oprimir diariamente com tantos pesos desnecessários e de oprimir os que estão perto de mim, até mesmo o Senhor. Me arrependo de ser controladora (o), de não confiar no Senhor e até de me ignorar e me rejeitar. Perdoe-me, oh Deus. Minha fé precisa de purificação. Limpa-me com teu sangue. Reconheço que só em ti há salvação e libertação. E eu a recebo nesta hora. Quero te amar e te servir em liberdade, porque eu escolhi e quero, não por opressões internas e/ou externas, não por religião, mas porque eu decido aceitar a tua graça na minha vida e sei que ela é o que preciso. Perdoe-me por deixar meu coração amargurar pelas insatisfações criadas por mim mesmo (a), eu quero viver por um relacionamento e não por uma lei. Não quero mais viver assim. Eu me abençoo! Usa-me! Ajuda-me Senhor! Hoje eu me comprometo a parar para te conhecer, a  parar para desfrutar de quem Tu és. A Escutar os teus ensinos, em nome de Jesus. Eu quero, eu faço esta escolha. E Clamo que minha mente seja renovada pelo teu poder e pela tua palavra, nesta hora, em nome de Jesus! E todos os estragos feitos por este modo de vida, peço que o Senhor restaure e endireite as minhas veredas, cure a minha alma, e alinhe os meus pensamentos aos teus, nesta hora. Em nome de Jesus.
Se você orou e creu, está feito. Honre seus compromissos com Deus e siga. Eu te abençoo como ministra e serva do Senhor, em nome de Jesus.


Por Ara Brandes, no amor de Cristo

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