Somos seres que habitam, que transitam, que se alojam, ajuntam, fazem ninhos, moradas, interagem no mundo.
Somos seres que se deslocam.
Pensando na importância dos ambientes no nosso bem estar, na nossa qualidade de vida, e no quanto os ambientes influenciam as nossas emoções, resolvi falar um pouco sobre isso.
Ambientes físicos são formados, pensados, alguns até estrategicamente, como os comerciais, visando objetivos. O fato é que o alvo mobiliza o investimento e a mensagem que se quer passar no ambiente.
Se visamos conforto vamos buscar preencher o lugar com coisas que proporcionem isso. Cores, cheiros, música, imagens etc...
Se queremos um ambiente mais sério, profissional, vamos buscar algo mais padronizado, clean, objetivo.
E assim vamos criando ambientes na medida da necessidade.
Já o ambiente emocional do qual estou tratando aqui, fala mais de sensações. É algo que sentimos no ar, é algo que nos envolve, que nos atrai, ou repele, mas que está ali, mas que não é capturado pelo nosso olhar, ou percepção consciente. Pode acontecer por exemplo, de tudo está lindo, perfumado, cuidado, mas as pessoas que adentram, trazem consigo uma carga emocional de emoçoes, histórias, sentimentos... rancor, tristeza, medo, tensão, raiva, ingratidão, culpa, e embora todo o restante esteja bonito, o ambiente fica pesado, parece não haver espaço para espontaneidade, para liberdade, para a boa troca... e se você chegou bem pode até ficar mal devido ao clima que está no ar.
Agora, como são criados os ambientes emocionais? Através de nós, pessoas. As pessoas carregam os ambientes e os liberam pelas conversas, posturas, abordagens, cultura, modos, emoções, humor, comportamentos.
Nós os criamos muitas vezes sem saber, sem consciência, dada a sua subjetividade.
Na Gestalt, a um termo que é utilizado que nos ajuda um pouco a entender, que é o que chamamos de campo. Tudo acontece no campo, algo já está, ou estava presente nele, mesmo que não saibamos detectar, diagnosticar. O campo interfere na ação.
As emoções presentes são sentidas no campo. O quanto as percebemos é muito importante para nossa organização emocional ( inteligência emocional).
E falando de ambientes emocionais, nós, se intencionais podemos criar ou alterar os ambientes que desejamos. Por exemplo, a intimidade com seu cônjuge é criada desde a forma como você acorda, ou seja o trato, até a troca de afeto, e a honra que você confere ao lugar que ele ocupa na sua vida, sem isso provavelmente a qualidade dessa intimidade será afetada.
Uma briga, por exemplo, não acontece do nada. Com certeza, se pararmos para analisar vamos descobrir um ambiente de tensão, desrespeito, incompreensão, julgamento, e/ou raiva, agressão, desvalor, etc anterior a briga propriamente dita.
Há lugares que gostamos, que nos sentimos bem, que nos sentimos parte, que nos identificamos. E há lugares que ao contrário, nos causa desconforto, estranheza, medo, sensação de inadequação e são desagradáveis mesmo. Alguns devemos entrar por necessidade, como missão, e isso é maturidade. Mas há outros que devemos nos abster por amor próprio. Mas há pessoas que se colocam em lugares que lhe fazem mal por opção mesmo. E aí, a pergunta que essas pessoas devem fazer a si mesmas é: por que estou fazendo isso repetidamente comigo? Por que estou me mal tratando?
Um ambiente é capaz de nos mobilizar para o bem e para a harmonia, mas o contrário também existe.
Um ambiente agradável jamais é esquecido, mas o desagradável também não.
Por exemplo: se você deseja receber pessoas queridas, íntimas que ambiente você pode criar, no que você vai investir para proporcionar isso?
Talvez um ambiente de confiança, segurança, afeto, carinho sejam muito importantes...
Se você vai instruir, ensinar, passar conhecimento, por exemplo, que ambiente ( físico e emocional) você vai criar, para que o ensino seja transmitido?
Aqui, talvez, um ambiente mais estável, aberto, objetivo, sério...
E assim todos ambientes que entramos, vivemos, são formados.
O ambiente, a atmosfera que está no lugar em que você está interagindo interfere direta e indiretamente nas suas emoções e comportamentos, se não estiver atento.
As vezes você entra em um lugar, e as pessoas estão ali zombando uns dos outros, ou fazendo cobranças, desonrando, e quando você vê já está fazendo o mesmo, ou seja, você foi influenciado pelo ambiente que já estava criado e nem se deu conta.
Os ambientes são subjetivos sim, mas são reais, existem.
É claro que nós podemos evitar alguns ambientes, e às vezes isso é muito necessário, mas também podemos neutralizar, ou transformar os ambientes em que precisamos ou queremos estar, viver, conviver, e a gratidão e o encorajamento são bons pontos de partida para isso.
Se discernirmos o que sentimos no ambiente, tanto poderemos bloquear ações, como gerenciar reações.
Ao estar em um lugar, pergunte-se: que sensações são estas que estou sentindo?
Ou, que emoções estão aflorando aqui? Lide.
Um ambiente propício, agradável vai promover saúde, abertura, alegria, espontaneidade, verdade, crescimento, nutrição.
Para gerenciar bem seu emocional perceba os ambientes em que entra, e o que tem nele.
A consciência é a chave para você não ser controlado por suas emoções, mas dominá-las e extrair o melhor do seu meio social.
Ara Brandes
Psicóloga Clínica GT
Crp 01/16604
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Que tremendo isso, não é? Essa ampliação de consciência! Que nos leva, realmente a nos conhecermos mais, a nos responsabilizar e nos leva a maturidade!
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